São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 1995
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EUA paralisam serviços não-essenciais

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Todas as atividades não-essenciais do governo dos EUA foram paralisadas ontem enquanto o presidente Bill Clinton e os líderes da oposição tentavam encontrar uma fórmula para aprovar o Orçamento do ano fiscal de 1996.
Até o final da tarde (início da noite em Brasília), as perspectivas de acordo eram mínimas. Enquanto ele não for alcançado, cerca de 800 mil funcionários públicos ficarão sem trabalhar nem receber.
O presidente adiou para a noite de sexta-feira a viagem oficial ao Japão, marcada inicialmente para começar amanhã.
Vários líderes da oposição, que tem maioria no Congresso, indicavam que suas exigências se reduziram a uma: que Clinton se comprometa com o princípio de que o Orçamento federal tem que estar equilibrado até 2002.
O presidente, que está obtendo apoio da maioria do público em seu confronto com o Congresso, não parece disposto a ceder.
"É minha solene responsabilidade me levantar contra um orçamento que é ruim para o país", disse Clinton, em breve pronunciamento à tarde.
O governo não aceita propostas da oposição para diminuir benefícios e aumentar contribuições na previdência, cortar despesas em educação, eliminar controles de proteção ambiental e reduzir impostos sobre capital.
A paralisação de ontem, dia de inverno precoce na costa leste do país, causou problemas em especial para turistas. Quase todos os museus de Washington e todos os parques nacionais dos EUA ficaram fechados.
Entre os serviços afetados: expedição de passaportes, inscrições para a previdência social, pesquisa médica e científica.
A equipe que trabalha na ala residencial da Casa Branca foi reduzida de 70 para 14 pessoas. A do gabinete presidencial, de 430 para 90.
Os mercados financeiros permaneceram estáveis porque o governo sacou de fundos de pensão dinheiro suficiente para saldar dívidas de juros que vencem esta semana.
A possibilidade de calote do governo federal era a maior preocupação dos mercados financeiros. O Departamento do Tesouro afirma ter como pagar todas as dívidas do governo até o final do ano que vem.

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