São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 1995
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Sem-micro entra na rede por TV e agenda

MARINA MORAES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os especialistas têm razão quando dizem que a revolução da informática está só começando. Felizes aqueles que puderem esperar para ver. Porque o risco para os afobados é morrer na praia. E ainda perder dinheiro.
Caso da Internet, a rede mundial de computadores, que se tornou estrada obrigatória para qualquer viajante dos anos 90 e que promete agora o que até ontem parecia impossível: ser acessível até a quem não tem computador.
Uma recente pesquisa feita pelo Nielsen Institute Research, o grupo famoso por medir a audiência da TV norte-americana, revelou o que muita gente suspeitava, mas não tinha certeza.
Mostrou que a Internet é frequentada por um número gigantesco de pessoas, aproximadamente 37 milhões nos Estados Unidos e no Canadá.
O estudo, divulgado na semana passada, traz os primeiros resultados sólidos e científicos da parcela da população que está usando a rede mundial.
Cerca de 17% dos norte-americanos e canadenses com mais de 16 anos estão ligados diretamente à rede ou são clientes de serviços on line como CompuServe, Prodigy ou America Online.
Aparentemente, esse número seria ainda maior se não fosse necessário um computador de acesso. Grande parte das pessoas que estão navegando na Internet pega carona no computador do amigo ou usa o do escritório.
Não é para menos. Nem todo mundo está interessado em comprar um PC multimídia que, com modem razoavelmente rápido, está custando por volta de US$ 2.000.
A idéia seria frequentar a rede, via televisão, sem levantar do sofá da sala. Ou por meio de agendas eletrônicas mais sofisticadas, que os usuários podem carregar no bolso para todo lugar.
Já foi dada a largada na corrida pelo aparelho eletrodoméstico que proporcionará acesso à Internet. Praticamente todas as grandes empresas de eletrônicos estão testando seus protótipos.
A Philips, a Sega, a Sony e a Thomson trabalham na tentativa de aproveitar os mesmos controles usados nos videogames, acreditando que, ligados à linha telefônica ou à TV paga, podem colocar as famílias em contato com a rede.
A Oracle acaba de assinar contrato com a Apple para licenciar a agenda eletrônica Newton, que seria usada para entrar na Internet.
Bem mais simples e prática que qualquer computador, calcula-se que a agenda vá custar US$ 500.
Aos 26 anos, a Internet tornou-se um mercado em rápida expansão e um novo meio de comunicação pronto para ser explorado pelos investidores e pela mídia.
Parece ter chegado a hora da revolução dentro da revolução. Só que, desta vez, quem chegar por último é que levará a melhor.

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