São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 1995
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Nigéria chama seus embaixadores no exterior para dar explicações

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo da Nigéria chamou na noite de anteontem embaixadores nos EUA, União Européia e África do Sul de volta para dar explicações sobre as execuções de nove ativistas de direitos humanos.
Analistas políticos afirmaram que o ato foi em represália à decisão destes países de retirar seus diplomatas da capital Lagos.
Brasil, Venezuela e Rússia também chamaram seus embaixadores de volta. Os dois últimos fizeram o anúncio ontem.
As execuções por enforcamento do escritor Ken Saro-Wiwa e outros oito membros do Movimento para a Sobrevivência do Povo Ogoni causou uma onda de protestos da comunidade internacional.
A UE deve anunciar novas sanções contra a Nigéria durante a reunião dos líderes da comunidade na próxima segunda-feira.
"Desde embargo econômico até o cancelamento de visitas políticas e restrições de vistos aos militares", disse um porta-voz da UE.
A Comunidade Britânica (Commonwealth) suspendeu a Nigéria. O Reino Unido proibiu a venda de armas à Nigéria.
Nenhum país, porém, decidiu impor embargo à compra de petróleo do país, o mais populoso da África Negra e rico em minérios.
A Nigéria é a segunda maior economia do continente. Em primeiro lugar está a África do Sul.
O escritor Ken Saro-Wiwa acusou diversas vezes a empresa Shell de ser responsável pela contaminação nos territórios ogonis (localizados no sudeste do país).
A empresa anglo-holandesa nega as acusações.

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