São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 1995 |
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Abujamra comanda 'Exorbitâncias' no Rio
FERNANDA DA ESCÓSSIA
Direção geral: Antônio Abujamra Onde: teatro Gláucio Gil (pça. Cardeal Arcoverde, s/n, Copacabana, Rio de Janeiro, tel. 021/237-7003) Quando: estréia sábado, às 21h; de quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 20h; até 17 de dezembro Quanto: R$ 10 O diretor Antônio Abujamra comanda um espetáculo de exageros em "Exorbitâncias", que reestréia no sábado, no Rio de Janeiro, com 39 atores no palco, 13 diretores e fragmentos de textos de 22 autores. Cérebro e alma do espetáculo, Abujamra, 63, justifica o título: "Estamos ali para sair do normal, mostrar exorbitâncias financeiras, sexuais, dramáticas e intelectuais". Os 39 atores ficam no palco o tempo inteiro, numa sucessão de cenas que incluem de William Shakespeare e William Blake a Carlos Drummond de Andrade e Castro Alves, passando por Patrícia Mello e por Caio Fernando Abreu. O "hipertexto" de que fala Abujamra é compensado com um cenário no qual os únicos elementos são cadeiras e com um figurino que se restringe a camisolas para homens e mulheres. O próprio Abujamra atua no espetáculo e é o único a usar um terno. Faz a última cena com texto de sua autoria, que é uma homenagem ao teatro e uma reflexão sobre a profissão do ator. "Fazemos aqui o que não faríamos no teatro comercial. Fazer o espetáculo sem dinheiro já foi uma exorbitância econômica. As cenas sexuais têm uma visão carismática, exorbitante", diz o ator e diretor. O ator Luís Carlos Arutin, 62, faz sua exorbitância particular num texto de crime e suspense criado pela escritora Patrícia Mello. Seu personagem na peça é um velho ranzinza, neurótico e assassino em potencial, que faz exercícios ensaiando a morte da própria mulher. "Esse espetáculo é um grande exercício para o ator, porque ele tem que criar um universo a partir de um pequeno retalho de um texto. Eu gostei muito", afirma Arutin. O mímico Fernando Vieira permanece imóvel, de terno, durante os cem minutos de espetáculo. A atriz Helena Ignez passa a peça inteira fazendo movimentos inspirados no tai-chi-chuan. "Meu papel é definido pelo Abujamra como um ponto luminoso no espetáculo. Acho que esse espetáculo é ao mesmo tempo popular e teatro da melhor qualidade", diz a atriz. "Exorbitâncias" é uma realização do grupo "Fodidos Privilegiados", criado por Antônio Abujamra, e ficou em cartaz por quatro semanas no Espaço Cultural Sérgio Porto, às segundas e terças-feiras. Volta agora para uma temporada de um mês no teatro Gláucio Gil, em Copacabana (zona sul do Rio). Não há previsão de temporada fora do Rio. Texto Anterior: Objetivos devem ser cultivados Próximo Texto: MIS apresenta destaques do festival de Berlim Índice |
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