São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995 |
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MST afirma que militante foi ferido no Rio
FRANCISCO SANTOS
A Cantagalo, com 1.749 hectares, foi desapropriada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em 1987. O órgão ainda não obteve a posse definitiva, em razão de disputas judiciais com ocupantes das terras. O superintendente do Incra no Rio, Altamir Petersen, disse que foram cadastradas até 16 de setembro 57 famílias. Segundo Oliveira, o conflito ocorreu quando um homem a cavalo tentou retirar demarcações feitas pelos sem-terra dentro da área desapropriada pelo Incra. Os acampados, de acordo com o relato, reagiram e o homem disparou um tiro, ferindo na mão o sem-terra chamado Genésio. O chefe do Serviço de Investigações da 128ª Delegacia Policial (Rio das Ostras), Itamar Freitas, confirmou apenas que foi registrada ocorrência de uma pessoa ferida a bala, mas disse que não podia dar detalhes por telefone. Oliveira afirmou que o cavalo montado pelo autor do disparo pertence à fazenda de um homem que ele identificou apenas como Clóvis, um dos 14 ocupantes de terras na fazenda Cantagalo que questionam na Justiça a posse do Incra. Oliveira disse que os sem-terra ficaram com o cavalo. O inspetor Freitas afirmou que entre os sem-terra há grileiros infiltrados com o objetivo de demarcar terras e vendê-las a outras pessoas, mesmo sem ter a posse definitiva. "Qualquer um compra um sítio em Cantagalo", disse. Para Freitas, as 14 pessoas que disputam a posse com o Incra estão na área há muito tempo e reivindicam o direito de usucapião. Já Petersen, do Incra, considera que o conflito de anteontem pode ser a reação de desespero desses 14 posseiros supostamente irregulares ante a iminência de perder a disputa pelas terras na Justiça. Texto Anterior: Prefeitura vai arrendar área em Rio Preto Próximo Texto: Uma história parecida Índice |
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