São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
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Suspensão de visto aos EUA não evita fila no consulado de São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do anúncio de que os vistos para os EUA só seriam concedidos em casos de "emergências", cerca de 200 pessoas formaram uma fila ontem por volta das 7h30 em frente ao consulado de São Paulo, na zona oeste.
Anteontem à tarde, a Embaixada dos EUA divulgou uma nota informando sobre a suspensão de vistos nos consulados no Brasil.
A medida foi tomada por causa do impasse entre o governo e o Congresso americanos, que acabou forçando o Executivo a fazer cortes orçamentários.
Ontem, folhetos com a decisão foram afixados na porta do consulado e distribuídos para quem estava na fila. "Não houve tumultos, mas muita gente ficou insistindo que seu caso era 'de vida e morte"', disse um funcionário que não quis se identificar, para que as pessoas não liguem para o consulado procurando por ele.
A concessão de vistos só ocorrerá em casos "rigorosamente humanitários". Segundo a assessoria de imprensa do consulado, apenas serão emitidos vistos para pessoas que precisem viajar para visitar parentes "doentes, em estado crítico" ou que dependam da viagem para resolver problema de saúde.
Nos dois casos, o consulado exige que sejam apresentados documentos comprovando o pedido.
Não há prazo para que o serviço seja normalizado. A assessoria não sabe se quem já tem senhas vai poder utilizá-las quando o serviço voltar a funcionar. Até mesmo o atendimento aos cidadãos americanos está prejudicado enquanto a crise entre o governo e o Congresso americanos não for superada.
As agências de viagens estão aconselhando quem já comprou passagem sem ter visto a esperar. "Achamos que isso será resolvido logo", diz o diretor de marketing da Tia Augusta, Luiz Fortunato.
O maior problema, diz ele, é o vôo fretado. Nesse caso, o turista não será ressarcido. "Já em vôos regulares o turista pode reaver seu dinheiro."

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