São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
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Casal é achado morto dentro de carro

WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

Um casal foi encontrado morto pela polícia em um carro Escort Hobby por volta da 1h de ontem no km 18 da via Anchieta, em São Bernardo, no ABC (Grande SP).
Exame preliminar de peritos da Polícia Civil indica que o representante comercial Almir Mazer, 40, matou a professora Marlene de Moraes, 33, com quatro tiros e depois deu um tiro na cabeça.
Três bilhetes assinados por Mazer em cinco pedaços de papéis reforçam a tese da polícia de que o caso foi um homicídio seguido de suicídio. Os bilhetes foram encontrados no carro pelos policiais junto a documentos, objetos pessoais do casal e a arma do crime, um revólver Taurus, calibre 38.
Nos bilhetes, estava escrito que Mazer não tinha mais "vontade de viver" por causa da professora, com quem morou durante dois anos (leia trecho ao lado).
A professora, mãe de dois filhos, era separada e conheceu Mazer há cerca de dois anos em Votuporanga (SP), onde morava antes de se mudar para São Bernardo. O representante comercial também tinha dois filhos de outro casamento. Mazer era separado.
Eles moraram cerca de um ano no bairro Assunção, em São Bernardo do Campo. Segundo vizinhos, o casal tinha um bom relacionamento nos primeiros seis meses. "Logo que mudaram para cá, a gente conversava muito. Tomávamos cerveja juntos. Os dois eram pessoas muito boas. Mas, depois de um tempo, começaram os desentendimentos. Fiquei chocado quando soube do crime", afirmou Paulo Lobo, vizinho do casal.
Lobo disse que o casal teve uma discussão, seguida de agressão verbal e física, há cerca de três meses, quando se mudaram do local. "Um pedaço da porta deles veio parar em frente ao meu portão", disse Lobo. "Todo mundo viu a briga. Foi muito feia", disse Roselina Silva, outra ex-vizinha.
A professora ensinava geografia e história na Escola Estadual de 1º e de 2º grau Neusa Figueiredo Marçal. A direção do colégio suspendeu as aulas ontem. Algumas professoras, que não quiseram se identificar, afirmaram que Marlene havia contado que a relação ficou "ruim" depois de acusações de adultério, trocadas entre os dois. "A gente sabia que eles tinham se separado e que o clima não era bom entre os dois depois da relação", afirmou a professora Angela Quadros Mathias.
O 5º Distrito Policial de São Bernardo, responsável pela investigação do caso, deve receber dentro de 15 dias o resultado da perícia, que deve confirmar ou não a tese de que Mazer assassinou a professora e depois se matou.

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