São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
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Comissão vai apurar morte de garoto em obra

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal de Vias Públicas, Reynaldo de Barros, criou ontem uma comissão de sindicância para apurar as responsabilidades pelo acidente que causou a morte do estudante Elias Mariano de Oliveira Sobrinho, 13.
Ele morreu soterrado anteontem em um deslizamento de terra na favela do Aeroporto (zona sul), onde são feitas as obras de canalização do córrego Água Espraiada, de responsabilidade da prefeitura e executada pela construtora OAS.
Sobrinho brincava em um barraco desocupado no momento do acidente. Segundo Marcel Druziani, 36, delegado-assistente do 27º DP, o deslizamento aconteceu porque uma máquina de terraplanagem fazia remoção de entulho e terra em um barranco.
A OAS disse que vai aguardar o resultado da apuração do caso para saber se houve culpados. Segundo a empresa, houve uma vistoria antes do início dos trabalhos.
Segundo a OAS, a máquina de terraplanagem não realizava nenhum tipo de escavação, apenas se deslocava pela região. A construtora disse que tomou todos os cuidados necessários. O local está isolado para perícia da polícia.
A construtora Tecla, subcontratada da OAS que realizava serviços no local e que teve um Voyage danificado durante protesto dos moradores da favela após o acidente, informou que está averiguando o que aconteceu.
O secretário Reynaldo de Barros entrou em contato com a OAS para que a construtora acione o seguro da obra para pagar o enterro do estudante, que acontece hoje, e indenizar a família. A OAS informou que não cogita nenhum tipo de indenização.

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