São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
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Mágicos trocam cartola por efeitos especiais

DA REPORTAGEM LOCAL

Quem for ao Festival Internacional de Mágica, que acontece na cidade, verá um espetáculo mais para David Copperfield (o norte-americano que fez a estátua da Liberdade desaparecer) do que o tradicional show "mágico de fraque e cartola".
Sete mágicos (e duplas) se revezam no palco do Olympia (zona oeste) durante 2h15. Cada apresentação demora, em média, dez minutos. O show começa com uma apresentação de contorcionismo da "partner" do mágico russo Voronin Yevgeniy.
Em seguida, Erix Logan, 29, leva ao palco seus truques de levitação. Ele imita o personagem "Mary Poppins" voando com um guarda-chuva, o "E.T." de Steven Spielberg numa bicicleta e os astronautas do filme "Apollo 13".
O mais clássico dos mágicos do evento, que se apresenta depois de Logan, é o russo Voronin Yevgeniy. Ele nunca sorri, usa fraque e cartola e seu número de destaque chama-se "O Domínio Infernal das Orelhas".
No número, o mágico está lendo um jornal quando suas orelhas começam a se mover como asas incontrolavelmente.
Nicholas Night deve ser o responsável pelo momento mais picante do show, quando despe (não totalmente) sua "partner" Kinga da cintura para baixo.
O mágico, que é artista plástico e maquiador de efeitos especiais, dá vida a desenhos e esculturas.
"Construo uma estranha e perigosa máquina com pedaços de sucata. Enquanto finjo estar dormindo, ela cria vida e começa a me atacar", conta.
Night ainda escreve e ilustra literatura sobre mágica. "Na escola, você não aprende os reais segredos da mágica, mas há grandes livros para estudar o assunto", afirma.
O grupo Omar Pasha abre a segunda parte das apresentações com seu "teatro negro".
Usando sempre um fundo negro, o grupo troca cabeças, braços e pernas de lugar, formando criaturas bizarras.
Únicos brasileiros no evento, Vik e Fabrini criaram um show onde o mágico manipula um boneco (interpretado por Fabrini).
A dupla começou carreira internacional em 88 e está há seis anos com um show em cartaz em Paris.
Sugar o mágico anão Antônio Hoyos com um aspirador de pó é um dos principais truques de Kevin James, que começou na mágica construindo equipamentos para as apresentações de Copperfield.
"O equipamento é secundário. Em mágica, o principal é ter personalidade, ser lírico e engraçado", afirma.
James promete fazer um espetáculo com muito humor. "Não crio os meus números pensando nas crianças. Acho que faço um show adulto, mas mesmo assim elas adoram."
Com visual punk (incluindo cabelos cor-de-rosa), os holandeses Paul e Anja Phillipart apostam na mistura de dança, luzes e mágica para atrair o público.
A dupla, que usa três toneladas de equipamento no show, encerra o espetáculo.

Festival Internacional de Mágica
Onde: Olympia - r. Clélia, 1.517
Quando: hoje, às 22h30, amanhã às 17h e 22h30 e domingo às 17h (os shows noturnos tem censura 16 anos)
Preços: de R$ 25,00 a R$ 60,00
Informações: (011) 252-6255.

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