São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
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Telê acha 'arriscada' compra de Giovanni

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL*

O técnico Telê Santana entende que a contratação do meia-atacante Giovanni, 23, o grande reforço pretendido pelo São Paulo para a próxima temporada, representa um "risco" para o clube.
A diretoria são-paulina, que diz já ter a prioridade para comprar Giovanni, teria concordado em pagar, no final do ano, os US$ 5 milhões exigidos pelo Santos, clube que detém o passe do jogador.
"É lógico que eu gostaria de contar com o Giovanni. O problema é que nenhum jogador brasileiro vale este preço. E se ele não der certo? Como o clube iria recuperar o investimento", indagou Telê.
A venda de Giovanni só não foi definida ainda porque o São Paulo pretende incluir alguns jogadores na negociação e o Santos quer US$ 5 milhões "limpos".
A diretoria do Santos, em princípio, estaria interessada nos são-paulinos Gilmar e Palhinha, mas desistiu dos dois, temendo que seus altos salários inflacionem a folha de pagamento do clube.
O último contato entre as diretorias de São Paulo e Santos ocorreu na ocasião da venda de Caio para a Internazionale, da Itália.
"Eu disse ao Samir Abdul Hak (presidente do Santos) que nós precisávamos repor a saída do Caio com um jogador do mesmo nível (no caso, Giovanni), mesmo que fosse necessário um investimento semelhante (US$ 4,7 milhões, preço do passe de Caio)", disse o presidente do São Paulo, Fernando Casal de Rey.
Segundo ele, a negociação só deve ser definida no final do ano, quando se encerra o contrato de Giovanni e serão realizadas eleições no Santos.
"Vamos aguardar o retorno do Santos, após as eleições do dia 2 de dezembro, mas as perspectivas do negócio sair são muito boas", afirmou Casal de Rey.
O presidente do Santos, Samir Abdul Hak, entretanto, negou ontem que o clube esteja negociando seu principal atleta. "Nossa intenção é manter o Giovanni em 96. Uma proposta irrecusável seria acima de R$ 10 milhões."
Além de Giovanni, o São Paulo pretende contratar dois ou três jogadores que atuam fora do país.
Os nomes mais cotados são: Júlio César (zagueiro do Borussia Dortmund, da Alemanha), Redondo (volante do Real Madrid, da Espanha) e Evair (atacante do Yokohama Flugels, do Japão).
O lateral-direito Pimentel e o atacante Valdir, do Vasco, e o meia Fábio Augusto, do Guarani, também interessam ao São Paulo.
Para trazer todos estes jogadores, o São Paulo deve usar o fundo de investimento para contratações, que o clube tem com a TAM Linhas Aéreas, sua patrocinadora.
"A diretoria deve ter calma. Não pode gastar todo o dinheiro que ganhou (US$ 12,2 milhões) e fazer maus negócios", disse Telê.
O São Paulo enfrenta o Vitória, amanhã, às 16h, no Morumbi.

* Colaborou a Agência Folha, em Santos

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