São Paulo, sábado, 18 de novembro de 1995
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Pais nem sempre percebem problema

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O estudante Alexandre, 13, tem mania de arrumar o uniforme, vive abrindo e fechando portas e costuma bater três vezes sempre que entra em algum lugar. Mantém sua mochila rigorosamente em ordem.
Os colegas de classe se divertem desarrumando suas coisas, o que o faz sofrer muito.
Márcia, 12, tem necessidade recorrente de ser consultada por um médico. Acha que está doente ou sentindo febre. Só se acalma durante a consulta, depois volta a ficar ansiosa e a imaginar doenças.
Renato, 9, passa horas repetindo as lições da escola, desenhando relógios e trocando a posição dos ponteiros.
As três crianças são obsessivas compulsivas e estão em tratamento no Hospital das Clínicas. Milhares de outras sofrem desse mal sem que seus pais saibam ou percebam. "As crianças têm dificuldade em contar o que está acontecendo com elas", diz a psiquiatra Ana Regina Castillo.
Segundo ela, os rituais só devem ser vistos como transtornos quando começam a atrapalhar o relacionamento da criança ou seu rendimento na escola.
Uma criança de 4 anos que dá boa noite várias vezes e só dorme com o ursinho no berço nada tem de anormal.
"Conversar com a criança é a melhor maneira de perceber se alguma coisa está errada com ela", diz a psiquiatra.
(AB)

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