São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Porta-voz nega mudanças

DA ENVIADA ESPECIAL A MACEIÓ

O presidente Fernando Henrique Cardoso não pretende fazer novas alterações em seu ministério a curto prazo. Segundo o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, "não há nenhuma expectativa e nem razão para mudanças no primeiro escalão do governo".
O nome do ministro do Planejamento, José Serra, aparece nas gravações das conversas telefônicas do embaixador Júlio César Gomes dos Santos.
Em uma das conversas, o comandante José Afonso Assumpção, dono da companhia Líder Táxi Aéreo, afirma que esteve com Serra. "Prometi que o primeiro avião a chegar será dele", diz o comandante ao embaixador.
Para o porta-voz, a citação a Serra "não tem nada a ver com as atividades e atribuições do ministro e ele já deu os esclarecimentos a esse respeito pela imprensa".
Segundo Serra afirmou à revista "IstoÉ", ele esteve há dois meses com Assumpção, que queria vender aviões para renovar a frota do governo. "Disse a ele que o assunto era do Ministério da Aeronáutica e depois esqueci", completou.
O porta-voz está acompanhando FHC em sua viagem a Alagoas. O presidente desembarcou ontem às 17h45 no aeroporto de Maceió e não quis falar com a imprensa.
Hoje, ele participará das solenidades dos 300 anos da morte de Zumbi -líder do Quilombo dos Palmares-, no município de União dos Palmares, a cerca de 70km de Maceió.
Amaral afirmou que FHC não tomará a iniciativa de retirar a indicação de Júlio César para a embaixada do Brasil no México. Mas deixou claro que o governo veria com bom olhos caso ele resolvesse desistir do cargo.
"Essa avaliação (se o diplomata está apto a representar o país no exterior) cabe ao embaixador Júlio César", disse Amaral. O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, que acompanha FHC, concorda.
"O Júlio César é quem tem que decidir se tem ou não condições de representar o país no México", afirmou. A indicação do embaixador ainda depende de aprovação pelo Senado Federal.

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