São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995
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Estoques de café têm queda de 37,8%

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os estoques de café das cooperativas brasileiras caíram 37,8% em outubro passado, em relação ao volume armazenado em igual mês de 94.
No mesmo período de 94, o número alcançava 5,306 milhões de sacas.
Entre maio e outubro passados, as cooperativas receberam, segundo o CNC, 2,817 milhões de sacas de café, 57,3% a menos que os 6,587 milhões de sacas do mesmo período de 94.
Segundo Gilson Ximenes, presidente do CNC, os números permitem calcular que a safra colhida este ano atingiu 11,3 milhões de sacas, com queda de 57,3% sobre a produção do ano passado (26,5 milhões de sacas).
A quebra na safra foi provocada pelas geadas de junho e julho do ano passado, que destruíram cafezais em Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
Embora os números do CNC confirmem a previsão de escassez do produto, feita por agricultores e exportadores, os torrefadores da Europa e Estados Unidos tentam utilizar ao máximo seus estoques, a fim de evitar altas explosivas nas cotações.
"Os fundamentos do mercado apontam para a falta de café nos próximos meses", diz Aranha.
Ele acrescenta, ainda, que as altas taxas de juros no Brasil desestimulam as empresas a manter estoques elevados e aceleram as exportações.
"Isso gera uma pressão baixista no mercado", diz o presidente da Febec.
Segundo o secretário-geral do CNC, Hercilio Amaral Neto, a Bolsa de Nova York hoje é influenciada muito mais pela ação dos fundos de commodities do que pelos fundamentos de mercado.
A atuação desses fundos, diz Amaral, tem causado oscilações muito bruscas nas cotações da Bolsa.
Os fundos compram ou vendem suas posições na Bolsa, dependendo da rentabilidade que outras commodities estejam oferecendo ao investidor.
O sistema de cotas em vigor, segundo Amaral, pretende limitar a oferta mundial de café em 60 milhões de sacas entre julho deste ano e junho de 96.
Esse limite na oferta dos países produtores provocaria um déficit de 12 milhões de sacas, a partir da estimativa de consumo de 72 milhões de sacas.
Pelo sistema de cotas, acordado entre os países produtores, o Brasil precisa limitar suas exportações a 3 milhões de sacas a cada trimestre.
No trimestre de julho a setembro, os exportadores brasileiros descumpriram o acordo, pois os embarques somaram 3,3 milhões de sacas.
Amaral acredita que, no trimestre iniciado em outubro passado, o país respeite o acordo das cotas.

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