São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995
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FHC organiza comitiva para aplaudir Britto

Programa gaúcho tem quatro ministros no lançamento

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

O presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, deu ontem manifestação ostensiva de apoio ao governador do Rio Grande do Sul, Antonio Britto, do PMDB.
FHC despachou para Porto Alegre uma delegação de quatro ministros, mais os presidentes de dois bancos federais, para "aplaudir e estimular", como disse Clovis Carvalho, ministro-chefe da Casa Civil, o programa de privatização lançado ontem por Britto.
Falando em nome de FHC, Carvalho disse que a delegação estava lá para demonstrar a sintonia de ação entre os governos federal e gaúcho nesse programa de reforma do setor público.
O governo FHC vem insistindo que, hoje, o maior problema do setor público é o desajuste das contas dos Estados e municípios.
O programa lançado por Britto efetivamente acompanha a política econômica do governo federal. Aproveita a lei de concessões recentemente aprovada e abre à iniciativa privada, nacional e estrangeira, investimentos em toda a infra-estrutura do Estado: telefones, estradas, portos, energia elétrica, distribuição de água e gás.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, integrante da comitiva, apoiou a tese de Britto, segundo a qual a privatização não é discussão ideológica, mas meio de dar eficiência à prestação de serviços.
A delegação de Brasília, além de Carvalho e Malan, contou com os ministros gaúchos Nelson Jobim, da Justiça, e Odacir Klein, dos Transportes, e os presidentes do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, e Sérgio Cutolo, da Caixa Econômica Federal.
Antonio Britto reuniu ontem investidores nacionais e estrangeiros para apresentar o programa de privatizações do Estado, chamado "Parcerias de Futuro". O programa se divide em dois: venda de ações de estatais e concessões para a iniciativa privada explorar serviços de infra-estrutura.
No primeiro caso, os dois maiores negócios são a venda de 49% das ações das estatais de energia elétrica e de telefones. A companhia elétrica tem faturamento anual de R$ 1,2 bilhão.
A companhia telefônica, que no Rio Grande do Sul é estadual, fatura R$ 650 milhões por ano. Nos dois casos, o governo gaúcho manterá o controle acionário, ao menos enquanto não sai a legislação nacional para esses setores.
Na área de concessões, o governo Britto está oferecendo um amplo leque de oportunidades de negócios. Na área de comunicações, por exemplo, a meta é instalar 500 mil telefones convencionais até 1998, serviço que deverá ser executado por empresas privadas.
O governo está abrindo licitações para produção e distribuição de energia, com aproveitamento das bacias dos rios Uruguai e Taquari. Prepara-se ainda um sistema de distribuição de gás a ser recebido da Bolívia e da Argentina.

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