São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995
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Prefeitura fecha suposto bordel nos Jardins

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeitura fechou ontem, com apoio da polícia, uma casa, supostamente um estabelecimento de prostituição de luxo, que funcionava na rua Grécia, 513, nos Jardim Paulistano (zona oeste de SP).
Segundo Carlos Alberto Venturelli, diretor do Contru (órgão responsável pela fiscalização do uso de imóveis na cidade), a casa funcionava em área que a Lei de Zoneamento define como Z-1 (estritamente residencial).
Venturelli disse que a prefeitura recebeu denúncias de que no local (uma casa sem nenhuma indicação de comércio) funcionaria um "ponto de encontro" de garotas de programa. O diretor do Contru afirmou que foi decretado o fechamento administrativo do imóvel.
Venturelli disse que, na hora em que os fiscais chegaram, várias pessoas "fugiram pulando o muro e cobrindo o rosto com toalhas". Doze mulheres que estavam na casa foram levadas para o 15º DP.
Venturelli disse que pediu reforço à polícia porque as pessoas que estavam dentro da casa não permitiram a entrada dos fiscais.
O delegado Orivaldo Volpato disse que desconhecia o funcionamento de uma casa de prostituição no local. Segundo ele, a identidade das garotas seria verificada.
Volpato afirmou que, se ficar comprovado que no local havia um bordel, "os responsáveis podem ser processados por lenocínio (crime contra os costumes, caracterizado, entre outras atividades, pela exploração da prostituição)".
Até as 22h30, os depoimentos não haviam terminado.
Outra casa, em frente à primeira, estaria, segundo Venturelli, sendo alugada pelos donos do suposto bordel para uma "expansão do negócio". Essa casa, porém, estava fechada e não foi autuada.
Os responsáveis pela suposta casa de prostituição não foram localizados. O advogado José Francisco Vidotto, que foi chamado pelas garotas, disse que trabalha para a Associação Nacional das Casas de Banho, Sauna e Congêneres e para o Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares.
Ele afirmou que não sabia que no local funcionava um bordel e que não conhece os responsáveis pela casa. "Segundo consta, a casa é uma pensão."
Além da casa na rua Grécia, a fiscalização fechou, segundo o diretor do Contru, outros quatro estabelecimentos que estariam funcionando em desacordo com o zoneamento na região dos Jardins.
Foram fechados, segundo Venturelli, uma garagem da empresa de ônibus Navitur e três escritórios (Danesh Assessoria e Planejamento, Marfix Artefatos de Metais e Padovanos e Associados).

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