São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995
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Saques superam depósitos no ex-Nacional

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro dia de funcionamento do Nacional sob a bandeira do Unibanco foi marcado pela desconfiança de muitos clientes, o que pode ter resultado em perdas de depósitos.
Até ontem à noite não havia números precisos sobre o comportamento dos ex-correntistas do Nacional, mas informações preliminares indicavam que nem todos os CDBs (certificados de depósito bancário) do banco carioca foram renovados. Também teria havido perdas na caderneta de poupança.
Segundo a Folha apurou, venciam ontem cerca de R$ 35 milhões em CDBs do Nacional. Pelo menos R$ 25 milhões de grandes e médios clientes foram renovados por mais 30 dias, mas os correntistas fizeram questão de fechar a aplicação diretamente com a mesa de negócios do Unibanco, em vez de reaplicá-los nas antigas agências do Nacional.
Somente nesta terça-feira o Unibanco saberá o destino dos R$ 10 milhões restantes em CDBs, quando receberá os informes das agências do banco adquirido no sábado.
Ao contrário do que se esperava, não houve redução de taxas dos CDBs renovados diretamente no Unibanco. Em média, os CDBs foram fechados com remuneração de 43,5% ao ano, equivalente à de sexta-feira passada, segundo um gerente do Nacional.
Informações preliminares, não conformadas pelo Unibanco, dão conta de que a caderneta de poupança do antigo Nacional teria perdido cerca de R$ 1,7 milhão ontem. A instituição tinha um saldo de poupança em torno de R$ 700 milhões.
O motivo dos saques, conforme a Folha registrou nas agências, é o descontentamento de muitos clientes com a venda do Nacional. Alguns simplesmente têm contas em outros bancos e preferiram transferir suas aplicações até a poeira baixar, comentou um gerente.
No final da tarde, o Unibanco divulgou um comunicado, dando conta que "as aplicações estão voltando ao ritmo normal, assim como os saldos líquidos de entrada e saída de todos os produtos".
O presidente do Unibanco, Tomás Zinner, considerou "tranquilo" o movimento nas agências do ex-Nacional. Zinner fará hoje à tarde um relato mais preciso do primeiro dia útil após a compra do Nacional.

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