São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995
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Ligações perigosas; Iraque; Zumbi; Ações concretas; Bloch; Protesto praiano

Ligações perigosas
"O chefe do cerimonial da Presidência da República acaba de ser afastado, porém isso não é tudo. Urge seja apurada a eventual responsabilidade e participação nas informações sigilosas, uma vez que a transparência como sinal de democracia foi empunhada abertamente pelo candidato tucano."
Yvette Kfouri Abrão (São Paulo, SP)

"Em relação ao caso diplomata/comandante/Raytheon/Projeto Sivam, com licença: vou vomitar um pouco e já volto."
Ricardo Vespucci (São Paulo, SP)

Coerência indesejada
"No episódio envolvendo os bancos Nacional e Unibanco fica evidenciada a coerência do nosso governo 'social liberal': protejam-se os investidores, mantendo os lucros exclusivamente nas mãos da iniciativa privada, e socializem-se os prejuízos, mandando a conta aos assalariados."
Gilberto Cruz Sanches (São José do Rio Preto, SP)

Iraque
"Divulgados os resultados do referendo popular, que revelaram uma unanimidade quase absoluta na aprovação da eleição do sr. presidente Saddam Hussein, tornou-se possível concluir que, se fossem disponíveis nas três províncias do norte do Iraque as mesmas condições existentes nas outras províncias, a população curda do Iraque certamente tomaria a mesma posição da de outras regiões do país no referendo popular. Os resultados do referendo derrubaram os pretextos dos EUA, Grã-Bretanha e França para impor as zonas de exclusão aérea no norte e no sul do Iraque. Pela soberania nacional e pelas relações de amizade entre os dois povos, o iraquiano e o brasileiro, solicitamos o esforço da Folha e sua reclamação para que as três potências levantem completamente a proibição aérea nas zonas norte e sul do Iraque e se abstenham de interferir nos assuntos internos do país."
Qais Tawfiq Al-Mukhtar, embaixador do Iraque (Brasília, DF)

Zumbi
"Protesto contra o feriado que o município do Rio de Janeiro decretou pelos 300 anos da morte de Zumbi. Sou favorável ao Dia da Brasilidade, comemorável por todas as etnias que participam da formação cultural brasileira."
Luiz Fernando Mello Raposo (Rio de Janeiro, RJ)

"No dia 20/11 comemorou-se o Dia Nacional da Consciência Negra. Ao lado das manifestações, gostaríamos que cada brasileiro, negro, branco, índio ou amarelo, realizasse uma reflexão, para acabar de vez com a nódoa do racismo neste país e no mundo. O dia 20 de novembro, morte de Zumbi, é também o dia da consciência em torno de um mundo melhor. A dignidade humana não existe apenas por um dia, deve ser eterna e para todos."
Tito Cesar dos Santos Nery, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (São Paulo, SP)

Ações concretas
"Se a Igreja Católica no Brasil 'luta pelo fim da discriminação social dos homossexuais' (mons. Beltrami, Folha, 4/11), que ações concretas podemos esperar? Por que não começar por divulgar o ensino positivo do próprio Vaticano ou de outros episcopados, como o da Inglaterra e Gales, que declarou em 1979: 'À igreja cabe uma responsabilidade grave de trabalhar pela eliminação de quaisquer injustiças perpetradas contra os homossexuais pela sociedade. Como grupo que tem sofrido mais do que sua parte de opressão e desprezo, a comunidade homossexual tem direito especial a reivindicar os cuidados da igreja'."
Francis McDonagh (Olinda, PE)

Bloch
"Adolfo Bloch foi de uma geração de grandes empreendedores. Leal aos seus ideais, inovou nas artes gráficas e na comunicação. Foi um democrata sincero e um homem de causas definidas."
Allen Habert (São Paulo, SP)

Protesto praiano
"Fomos surpreendidos com um artigo da sra. Barbara Gancia a respeito do nosso Litoral Norte que, 'ó vida, ó dor', nos estarreceu pelo seu distorcer da verdade, pela sua ironia de mau gosto, pelas pseudogracinhas e, sobretudo, pela sua desinformação. Talvez tudo isso se explique pelo fato de a sra. Barbara Gancia não ser jornalista profissional e apenas uma senhora de sociedade, que escreve por diletantismo. Um jornalista profissional certamente saberia que o prefeito de Capri não poderia proibir ônibus de turismo de irem até a sua cidade até porque Capri é uma ilha... A sra. Barbara Gancia, do alto do seu elitismo, detesta cadeiras Rochedo, deve andar de jet-ski, mas apenas no Caribe, claro que nunca andou de ônibus e seguramente tem horror de quem só pode fazer turismo andando em coletivos, demonstrou, no seu artiguinho, que não gosta nem de chegar perto de gente da classe média e, consequentemente, deve correr muitas milhas para não se defrontar com gente pobre. Estranhamente, essa não é a posição da Folha, jornal no qual ela escreve, que sempre pautou sua conduta pela abertura, pela democracia e pela ausência de preconceitos. Talvez também pelo fato de não ser jornalista não se perceba no seu artiguinho se o mesmo é um panfleto contra o Litoral Norte, contra a atividade turística em geral, contra a classe média ou contra Átila, o Huno. Ela mistura tudo e acaba generalizando e dizendo que o Litoral Norte se transforma, nos feriados, 'em promiscuidade chinfrim' e que a comida 'é cara e fétida'. Com relação ao município de São Sebastião, estranhamos que uma senhora da alta sociedade não conheça os nossos restaurantes -alguns deles estão no 'Guia Quatro Rodas', com ótimas recomendações, e têm tido excelentes críticas, inclusive do suplemento de Turismo da Folha. Será que dona Barbara não lê a Folha? Vimos protestar contra esse artigo discriminatório e infeliz, que não condiz com o comportamento da Folha de S. Paulo."
Luiz Alberto de Faria, prefeito de São Sebastião (São Sebastião, SP)

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