São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Unibanco quer reaver perda inicial

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A prioridade do novo Unibanco -agora entre os três maiores bancos privados do país- é recuperar os depósitos dos clientes do ex-Banco Nacional, incorporado no último sábado, afirmou ontem o presidente do Unibanco, Tomas Zinner.
O Nacional perdeu, em sua última semana de vida própria, cerca de R$ 2 bilhões, o que elevou sua necessidade de financiamento do mercado interbancário para R$ 3 bilhões e precipitou a intervenção do Banco Central, decretada no sábado.
Na segunda-feira, primeiro dia sob a nova placa, as agências do ex-Nacional continuaram registrando saques de clientes que, segundo Zinner, ainda não assimilaram a compra da instituição. Mas uma parte desses recursos está voltando em forma de depósitos no Unibanco, em novas contas, ressaltou Zinner.
Até ontem à tarde, Zinner não dispunha de cifras precisas sobre o comportamento dos clientes herdados do ex-Nacional. No geral, somando-se o movimento das agências anteriores do Unibanco, a instituição captou cerca de R$ 60 milhões líquidos (além dos saques) na segunda-feira. É uma cifra preliminar, sujeita à revisão, observou o executivo.
"De um modo geral, a captação do Unibanco é positiva. Houve muita perda de recursos dos clientes do ex-Nacional às vésperas da intervenção. Nosso primeiro passo é recuperar os depósitos que fugiram devido ao clima de insegurança", afirmou Zinner.
Para recuperar esses recursos, o Unibanco passará aos clientes a imagem de uma instituição fortalecida. As taxas de juros das novas aplicações e as tarifas bancárias ficarão praticamente no mesmo patamar, pois já eram parecidas antes da transação ser completada.
Zinner convocou a imprensa para esclarecer dúvidas sobre o funcionamento da nova instituição.
Todos os contratos firmados pelo banco extinto continuam válidos, tanto nas aplicações quanto nos empréstimos e outros serviços financeiros, ressaltou.
Por enquanto, serão mantidos os cerca de 10 mil funcionários e a rede de 335 agências do ex-banco carioca, até que sejam redefinidos os rumos estratégicos do novo Unibanco , comentou o executivo.
Como o Nacional aceitava clientes com renda familiar inferior à do público-alvo do Unibanco, este irá terá que rever sua política de atendimento -para baixo, obviamente.
Com a compra, a clientela do Unibanco passou de 850 mil para 2,1 milhões de pessoas.

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sobre bancos nas páginas 3, 7 e 9

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