São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Look feio é influência na moda e fotografia

ERIKA PALOMINO; JACKSON ARAUJO
COLUNISTA DA FOLHA

JACKSON ARAUJO
O feio está em alta.
A última temporada de desfiles de verão de Paris celebrou o que se chamou de "trashy-chic" (trash = lixo), com modelos de olhos pretos e cabelo desarrumado invadindo as passarelas de nomes como Martine Sitbon, Jean Colonna e Veronique Leroy.
Em Milão, uma das marcas mais influentes do planeta fashion no momento, Prada, anuncia um alegado "mau gosto" em cores, modelagens e tecidos como antídoto à cópia de suas peças.
No catálogo de Jil Sander, a supermodel Amber Valetta aparece com cabelo melado, sardas e pés-de-galinhas aparentes, rímel exagerado e esquisito. É preciso lembrar que a marca fica entre as mais sofisticadas da Europa.
Colonna foi mais longe, ao anunciar sua inspiração na obra da fotógrafa americana Nan Goldin, que estará em SP em 96 com mostra na galeria Luisa Strina.
O "look feio" é evolução direta da fotografia naturalista surgida no início dos 90. Mas não tem nada de cafona ou kitsch. Possibilita uma identificação fácil por elementos como as unhas escuras, falhadas, e o cabelo sempre imperfeito -o chamado "bedroom hair" (de quem saiu da cama) ou o "messy hair", cabelo bagunçado.
O conceito todo, entretanto, não é tão óbvio. Difundido a partir de revistas como a inglesa "i-D", já está no Brasil nos trabalhos de Lorenzo Merlino, Alexandre Herchcovitch e Fause Haten.

Texto Anterior: Palestra aborda música e feminismo
Próximo Texto: Desenho dos 90 é intimista, diz curador
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.