São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 1995
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Reconstrução do país custa US$ 5 bi

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A reconstrução da Bósnia, após três anos e meio de guerra, vai custar cerca de US$ 5 bilhões. A estimativa é do mediador da União Européia, Carl Bildt.
"Um estudo do Banco Mundial indica a necessidade, nos próximos três anos, de cerca de US$ 5 bilhões", afirmou Bildt, que voltou a Estocolmo após três semanas de negociações em Dayton (Ohio).
Segundo ele, a União Européia e os Estados Unidos devem bancar, cada um, um terço dos custos. Ele espera que outros membros da comunidade internacional entrem com o resto do dinheiro.
Bildt disse que as negociações do acordo de paz foram salvas do fracasso na última hora, graças a conversas no estacionamento na base norte-americana em Dayton.
O presidente da Bósnia, Alija Izetbegovic, foi recebido ontem com festa em Sarajevo.
Cerca de mil pessoas se reuniram em frente ao palácio presidencial e deram vivas a ele, que estava acompanhado do primeiro-ministro, Haris Silajdzic.
Em Zagreb, Izetbegovic disse estar satisfeito com a maioria dos termos do acordo de anteontem.
"O que me satisfez menos foi o corredor de Posavina", disse.
Posavina é uma faixa estreita de terra controlada pelos sérvios no norte da Bósnia e liga o território dos sérvios da Bósnia à Sérvia.
Segundo ele, a questão quase fez com que as conversações de paz fracassassem.
Ao chegar a Belgrado, o presidente da Sérvia, Slobodan Milosevic, ressaltou o papel dos Estados Unidos nas negociações e disse que elas foram "uma vitória das forças de paz, na antiga Iugoslávia e no resto do mundo".
A mídia local, controlada pelo governo, considerou o acordo um triunfo pessoal de Milosevic e disse que o país pode esperar o fim das sanções internacionais.
As sanções foram impostas em 1992 por causa do apoio da Sérvia aos sérvios da Bósnia. O Conselho de Segurança da ONU estudava ontem suspendê-las.
O líder nacionalista radical Vojislav Seselj acusou Milosevic de encorajar os sérvios da Bósnia e da Croácia a lutarem e depois abandoná-los para ficar no poder.
Na Croácia, a paz foi vista como uma oportunidade de desenvolvimento econômico. "Significa que não teremos mais vítimas e que podemos prever mais turistas do que no ano passado", disse o presidente Franjo Tudjman.

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