São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 1995
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Parlamento aprova Peres como premiê

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo apresentado por Shimon Peres, 72, foi aprovado ontem no Parlamento israelense por 62 votos contra 8.
Peres tomou posse ontem como primeiro-ministro de Israel e prometeu fazer a paz com a Síria.
"Quero dizer ao presidente sírio, Hafez al Assad, que a lógica da guerra entre nós acabou e que as diferenças restantes podem ser superadas em negociações de mútuo respeito", disse Peres, pouco antes de assumir o cargo.
O chanceler durante o governo de Yitzhak Rabin, assassinado no último dia 4 em Tel Aviv, ocupou o cargo interinamente por 18 dias.
Na votação que oficializou Peres como premiê, houve 38 abstenções, a maioria delas de representantes do principal partido de oposição, o Likud (direita).
Os votos contrários vieram da direita ultranacionalista, que se opõe à autonomia palestina nos territórios ocupados.
A coalizão de centro-esquerda, liderada pelo Partido Trabalhista, deve comandar o país com a mesma maioria apertada de 63 a 57 deputados que Rabin tinha no Parlamento. A maioria é garantida pelos cinco representantes árabes.
Peres deve governar até as próximas eleições gerais, previstas para o dia 29 de outubro de 1996.
Ele garantiu proteger os colonos israelenses na Cisjordânia e na faixa de Gaza ao oferecer essas terras para a autonomia palestina.
O novo premiê também pediu à oposição que o ajude a desfazer "o clima de violência e incitamento por trás da morte de Rabin".
Ele repetiu um tema usado no discurso de posse de Rabin, em julho de 1992: o fim do Estado de Israel como um gueto. "O mundo todo se abriu a nós."
Peres já foi primeiro-ministro de 1984 a 1986. Desde aquela época, e como chanceler, ele sempre considerou a paz com os vizinhos árabes uma prioridade.
"Vou fazer uma proposta séria ao presidente da Síria para pôr fim à era de guerras no Oriente Médio", disse o novo premiê.
A Síria e o seu aliado Líbano são os únicos árabes com os quais Israel ainda não promoveu a paz. Os israelenses ocupam as colinas de Golã (Síria) e o sul do Líbano.
Existem acordos de paz com os palestinos, o Egito e a Jordânia.

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