São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995
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Irmãos são acusados de matar 8

DA SUCURSAL DO RIO

A Prefeitura de Nova Friburgo (região serrana, a 150 km do Rio) ofereceu ontem R$ 5 mil a quem der informações sobre dois irmãos acusados de ser autores de oito mortes na região.
Cinco das vítimas sofreram abusos sexuais depois que foram mortas. Os dois irmãos, identificados como Henrique, 21, e Ibrahin de Oliveira, 19, são procurados por um destacamento especial da PM.
As duas primeiras vítimas foram mortas em 91. Os outros seis crimes ocorreram desde dezembro de 94. As duas últimas vítimas, uma mulher grávida de sete meses e um menino de 9 anos, foram mortas no último fim-de-semana.
Os irmãos são filhos de trabalhadores rurais de Nova Friburgo. O pai, Braz de Oliveira, já morreu. A mãe, Maria, saiu da cidade e não tem endereço conhecido.
Segundo testemunhas, eles são muito violentos e vivem dentro das matas. O mais novo, Ibrahin, chegou a ser preso em 1991, depois dos primeiros crimes.
Ele assumiu a autoria dos assassinatos, livrando o irmão maior da condenação. Em 94, quando completou a maioridade, saiu do Instituto Padre Severino, no Rio, para adolescentes infratores.
Eles atacam suas vítimas geralmente em locais afastados das cidades, nas zonas rurais, e depois fogem para as florestas.
As buscas envolvem operações nas matas que cercam as cidades de Nova Friburgo, Sumidouro, Duas Barras e Bom Jardim. PMs do Bope (Batalhão de Operações Especiais) descobriram uma gruta, em uma mata de Sumidouro, que foi usada como esconderijo.
As primeiras investigações sobre os crimes foram feitas pelo delegado Hélio Luz, atual chefe da Polícia Civil, que até junho era o titular da delegacia de Sumidouro.
O menino morto nesta semana era neto de uma mulher que trabalhou como empregada de Luz quando ele morou na cidade.
O prefeito de Nova Friburgo, Heródoto Bento de Mello, solicitou ao secretário estadual da Segurança, Nilton Cerqueira, que haja reforço das forças policiais que fazem as procuras.
Há três meses, o Bope mantinha um grupo de 30 PMs vasculhando locais onde testemunhas afirmam já ter visto os dois irmãos. Há duas semanas, o grupo foi reduzido para dez policiais.
As matas da região são densas e os policiais acreditam que os acusados são muito hábeis para caminhar entre a vegetação cerrada.

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