São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995
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Excel faz proposta pelo Econômico

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor do Excel Banco, Gilberto Nobre, confirmou ontem o interesse da instituição em comprar o Econômico. Se o negócio for concretizado, Nobre espera estar com as agências abertas e funcionando até o final do ano.
"Enviamos nossa proposta ao BC (Banco Central) faz duas semanas." Feita antes de o governo anunciar o Proer (programa que facilita as fusões e aquisições bancárias), a proposta do Excel, segundo Nobre, se assemelha ao acordo firmado para a compra das operações bancárias do Banco Nacional pelo Unibanco.
Isto é, o Econômico seria cindido. O Excel compraria a parte boa (rede de agências, aplicações da clientela e parte da carteira de empréstimos, funcionários etc). A parte ruim continuaria sob intervenção do BC.
Uma equipe do Excel, disse Nobre, está, há uma semana, em Salvador, para melhor avaliar a situação do Econômico. Neste final de semana, acredita, a avaliação poderá estar terminada.
Nobre não revelou quanto o Excel está disposto a pagar para comprar o Econômico, nem quantos e quais sócios estrangeiros entrariam no negócio. Disse apenas que o Excel teria o controle acionário da instituição e confirmou a associação com estrangeiros.
Fundado em 1990, o Excel tem sete agências (com a compra, se concretizada, passaria a ter 250), um patrimônio de US$ 186 milhões (deve fechar o ano na casa dos US$ 200 milhões) e uma carteira de ativos (empréstimos) da ordem de US$ 1,5 bilhão.
Com a estabilidade da economia, o banco, que se define como comercial, traçou um plano estratégico de crescimento.
"Existem hoje 254 bancos. Não sei se vão existir 120 ou 50. Mas haverá redução no número de instituições. Por intermédio de fusões e aquisições, algumas vão desaparecer e outras vão crescer. Estamos entre aquelas que vão crescer", disse Nobre.
Com o objetivo de "ganhar escala", o Excel já estudou participar das privatizações do Credireal (banco pertencente ao Estado de Minas), Meridional (banco federal) e "estudou também o edital do Banerj (banco do governo do Rio), quando surgiu essa oportunidade do Econômico".
Crescer comprando não é novidade para a instituição. De uma só vez, quando decidiu abrir a financeira, o Excel contratou 250 profissionais do Itaú.
Banco Central
O Banco Central acredita que a venda do Banco Econômico, antes improvável, possa ser anunciada até meados de dezembro. No momento, dois bancos estão à frente das negociações para adquirir o banco baiano, sob intervenção federal desde agosto.
O Banco Excel é um dos dois postulantes. O outro prefere manter seu nome sob sigilo, mas é sabido que é um banco nacional.
Também o outro banco brasileiro adiantado nas negociações para a compra do Econômico representa instituição estrangeira. No mercado, aponta-se o Crédit Agricole, da França, entre os interessados.
Colaborou a Sucursal de Brasília

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sobre bancos nas páginas 2-3 e 2-7

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