São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995 |
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Indústria de alimentos tem venda recorde
FÁTIMA FERNANDES
O aumento no nível de atividade das fábricas chega a até 62% sobre o ano passado. "Vamos ter um final de ano bem feliz. O consumidor não quer se endividar como em 1994, com a compra de eletroeletrônicos. Vai, sim, gastar o que tem no bolso para comer melhor", considera Sérgio Waldrich, diretor da divisão Seara (de carnes industrializadas) da Ceval. A Ceval está produzindo 62% mais do que no ano passado. "É que a nossa marca também está mais conhecida e agregamos valor aos produtos." A Sadia é outra que tem muito a festejar. Não consegue nem sequer atender à demanda por presuntos, salames, hambúrgueres etc. Neste segundo semestre, está produzindo 20% mais do que em igual período de 1994. "No ano passado, o consumidor saiu à caça de bens duráveis -eletroeletrônicos, por exemplo- porque não tinha confiança no Plano Real. Agora, com os preços estáveis, ele decidiu comer melhor", afirma José Mayer Bonassi, que dirige a divisão de industrializados da Sadia. O que a Sadia e a Ceval sentem é que quem comia margarina passou a comer mortadela. Quem comia mortadela passou a comer presunto. Quem comia presunto passou a comer salame. "E por aí vai. As pessoas estão mais tranquilas e planejam melhor as compras", avalia Bonassi. A Gessy Lever confessa: "Este vai ser o melhor ano para a empresa", afirma Ronald Rodrigues, diretor de assuntos corporativos. Ele conta que a produção das várias linhas em que a Gessy atua aumentou de 10% a 12% neste ano. Nos últimos cinco anos, o crescimento variava de 4% a 5%. Com exceção das margarinas, diz Rodrigues, estão tendo vendas muito boas as linhas de derivados de tomate (Cica), de higiene e limpeza e de beleza. "Aumentou o poder aquisitivo da população. Sentimos claramente que no Nordeste, por exemplo, o consumo dos nossos produtos cresceu muito", afirma o diretor da Gessy Lever. Rodrigues lembra que os alimentos e os artigos de higiene e limpeza escapam da necessidade de financiamento para ser adquiridos. "Isso favorece o aumento do consumo", diz. Praticidade Na Arisco, o volume produzido de janeiro a outubro deste ano foi 21% maior do que o de igual período do ano passado. Virgílio de Sousa Andrade, diretor de marketing da empresa, diz que já é tradição na Arisco aumentar a produção em torno de 20% ao ano. "Vale lembrar que o alimento industrializado é cada vez mais procurado, por causa da sua praticidade." A Lacta produziu de janeiro a outubro deste ano 37% mais do que em igual período do ano passado. "Estamos operando a plena capacidade", diz Alais Valentini Fonseca, gerente de grupo de produtos. Para ela, as vendas de chocolates e balas cresceram porque a estabilização da moeda alterou os hábitos de consumo. "Quem comia bala come agora chocolate", reforça. Texto Anterior: VW deve elevar preço em 2 etapas Próximo Texto: Disputa provoca redução de margens de lucro Índice |
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