São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995 |
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'Milícia camponesa' caça necrófilos em mata
SERGIO TORRES
As "milícias camponesas" criadas na região têm por objetivo único matar Ibrahin, 19, e Henrique, 20. Ninguém admite entregá-los vivos à polícia. A ordem é "justiçar" os irmãos, se possível com torturas e bastante sofrimento. Pelo menos cem lavradores e pequenos comerciantes serranos integram os grupos que, desde o duplo assassinato do último fim-de-semana, vasculham as matas de Nova Friburgo e dos vizinhos municípios de Sumidouro, Duas Barras e Bom Jardim. A morte de Maria Dorciléia Faltz, 40, e do filho Adriano, 9, revoltou a população. O garoto foi morto a pauladas em casa, no distrito de Riograndina (Nova Friburgo). Grávida de sete meses, a mãe morreu após receber facadas e porretadas por todo o corpo. Os assassinos praticaram sexo com o cadáver de Dorciléia, segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal). Os irmãos Oliveira são acusados por habitantes da região e pelas polícias Civil e Militar de matar sete mulheres, um homem e o garoto. Sete vítimas foram mortas após de 27 de fevereiro deste ano. As outras duas, em 1991. As sete mulheres sofreram violações sexuais após a morte. As brigadas improvisadas percorrem a região de dia e à noite. O ponto de encontro dos grupos é o bar de Hélio Fonseca, 36, na localidade de Janela das Andorinhas. Os "justiceiros" chegam em carros, camionetes, boléias de caminhão e a pé. Com espingardas, revólveres, facões, foices e tridentes, eles caminham pelas centenas de trilhas que cortam os 320 km2 de mata fechada. O prefeito de Nova Friburgo, Heródoto Bento de Mello (PFL), 71, pediu ajuda ao governador Marcello Alencar (PSDB) para que seja enviado "um efetivo militar" à serra fluminense, para reforçar as buscas aos irmãos Ibrahin e Henrique de Oliveira. Texto Anterior: Lente com melanina protege olhos Próximo Texto: Estado envia reforço policial Índice |
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