São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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COM QUE ROUPA

"Acho bom. É uma caminhada para a paz, principalmente nesse momento, que todo o país está vivendo um tempo de violência. E como o Rio é o lado emocional do país, é bom que o debate comece aqui. Não é um problema só do Rio. Já fui assaltada em São Paulo e outras três vezes fora do país. No Rio, nunca. Não adianta ficar de braços cruzados, só reclamando. Vou com uma das camisetas dos vários grupos que represento. "
(Maitê Proença, atriz)

"Uma forma de combater a violência nas cidades é fazer reforma agrária. Ela diminui o êxodo e combate o desemprego. O movimento é uma grande iniciativa, nós estamos convictos de que é a sociedade que tem que resolver seus problemas e não esperar iniciativa do governo."
(João Pedro Stedile, 41, membro da direção do MST -Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)

"É muito bem-intencionado. Se tem gente de diferentes classes sociais, é bacana. Mas eu acho que ninguém é inocente. Tenho uma visão cética. O problema é de base, é a concepção de cidade grande. Falta uma política social. O problema não está no Rio. A polícia de São Paulo, por exemplo, mata mais. O problema é o neoliberalismo, que é um cancro. Um regime que prega competição não dá certo."
(Lobão, cantor)

"A passeata é importante porque até agora estava todo mundo vendo o que acontecia e ninguém fazia nada. Ando morrendo de medo no Rio. Já fui assaltada quatro vezes. Há algum tempo atrás passei seis meses em São Paulo porque estava com medo de morar no Rio. Hoje sou uma pessoa assustada."
(Alexia Deschamps, 27, atriz e modelo)

"A gente tem que tomar uma atitude contra o que está acontecendo. Não é possível que toda essa violência continue."
(Betty Faria, atriz)

"Acho importante fazer uma manifestação, mas sobretudo centrado em uma política social."
(Frei Beto, escritor)

"Todos nós temos interesse pela paz e são os trabalhadores que sofrem mais com a violência. Queremos sensibilizar a sociedade de que todo mundo é responsável pela paz."
(Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente da CUT)

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