São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Historiador tem campo em consultoria

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem faz o curso de história dificilmente encontra emprego como historiador -o campo de trabalho em pesquisa ainda é bastante reduzido no Brasil.
O historiador investiga e interpreta fatos ocorridos no passado. Também analisa o cotidiano de sociedades antigas.
Seu objetivo é proporcionar uma melhor compreensão do presente por meio do exame de dados de épocas passadas.
Segundo Ismênia de Lima Martins, 52, presidente da Associação Brasileira de História, cerca de 90% dos formados em história se tornam professores de primeiro e segundo graus.
Os 10% restantes encontram emprego em universidades -onde podem trabalhar como pesquisadores e professores-, museus, órgãos governamentais e consultorias de pesquisa histórica.
As consultorias são microempresas especializadas em fazer levantamentos sobre a história de empresas e instituições.
Elaboram livros, produtos de multimídia ou outros itens solicitados pelos clientes.
Também podem levantar a árvore genealógica (origem e relação entre os antepassados) de uma família. O mercado para esse tipo de trabalho está em expansão.
"As empresas que fazem pesquisa histórica ainda são novidade", diz Ismênia. "Mas o campo de trabalho desse tipo está em crescimento."
No Brasil há pelo menos 12 empresas especializadas no setor. A maioria está em São Paulo e no Rio de Janeiro.
"É uma ótima oportunidade para quem quer trabalhar com pesquisa", afirma Marly Rodrigues, 54, dona da Ícone Pesquisa de História.
A remuneração da área também é um atrativo. Enquanto um professor de história de primeiro grau ganha em média R$ 300 mensais na rede pública, um projeto de pesquisa pode render até R$ 300 mil para a consultoria.
Essas empresas geralmente trabalham com historiadores autônomos. Quem é contratado para fazer um trabalho recebe de R$ 800 a R$ 3.000 por mês.
"Mas, seja qual for a área de atuação da pessoa, é importante lembrar que os profissionais valorizados são os que saem das universidades públicas", diz Ismênia.
Os cursos de história considerados mais conceituados do país são os da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da USP (Universidade de São Paulo).
Entre as faculdades particulares, a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) é apontada como a primeira em história.
"Formamos cerca de 20 pessoas por ano e quase todas continuam na área como professores universitários e pesquisadores ou seguem doutorado e mestrado."
A Unicamp oferece 30 vagas por ano em história. O curso dura quatro anos.

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