São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 1995 |
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Covas é chamado de mentiroso e chora
GUSTAVO VALADÃO
Os manifestantes, cerca de dez no total, xingaram o governador, na tarde de sábado, por causa da reforma do ensino público proposta pelo governo do Estado. A secretária da Educação, Rose Neubauer, também recebeu manifestação de antipatia ao ser anunciada no palanque montado para a cerimônia. "Fora secretária", disseram os manifestantes. O grupo era formado por membros do grêmio da escola Otoniel Mota, Colégio Industrial e da Uerp (União dos Estudantes de Ribeirão Preto), entidade ligada ao PC do B. Os manifestantes carregavam faixas e cartazes contra a reforma do ensino. Outros representantes, de escolas de Cajuru, Altinópolis e Jardinópolis, cidades da região, ostentavam faixas de apoio à reforma. O governador começou o discurso agradecendo o apoio recebido de Ribeirão Preto na eleição. Foi quando ouviu o coro "queremos estudar, Covas não quer deixar". Covas passou a falar do potencial econômico da região e os manifestantes continuavam gritando. Covas respondeu que, em seu governo, a polícia não bate em manifestantes. "Não tenho medo de falar sobre educação porque eu respeito a educação", disse Covas. Nesse momento, os manifestantes começaram a gritar "mentiroso". O governador aumentou o tom da voz e, emocionado, começou a chorar. "Todos puderam votar para a escolha dos delegados de ensino e os professores tiveram o maior aumento do funcionalismo", disse. Os manifestantes continuaram gritando e, irritado, Covas afirmou que "hoje os que mais se dizem de esquerda são os que mais defendem privilégios". O discurso, previsto para durar alguns minutos, durou quase meia hora e Covas acabou falando mais de educação do que das obras do aeroporto. Texto Anterior: Escolas alternativas de direito Próximo Texto: Orquestra leva 7.000 ao parque Ibirapuera Índice |
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