São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 1995
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Associação de ONGs faz críticas a Alencar

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A Abong (Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais) criticou as declarações do governador Marcello Alencar sobre uma possível conivência da Fábrica de Esperança com traficantes de drogas.
Na semana passada, foi encontrada cocaína em um local isolado da fábrica, uma entidade de assistência social em Acari (zona norte). Alencar disse que o episódio poderia abalar as ONGs que organizam a manifestação Reage Rio, marcada para amanhã.
Para o diretor da ONG Fase (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educação), Jorge Eduardo Saavedra Durão, o episódio serviu para mostrar que o governador está "apreensivo com o Reage Rio, o que é descabido".
Alencar também levantou a hipótese de a diretoria da Fábrica de Esperança saber que os traficantes usavam o local. A fábrica é dirigida pelo pastor Caio Fábio, presidente da AEVB (Associação Evangélica Brasileira) e um dos organizadores do Reage Rio.
Segundo a secretária-geral da Abong, Maria Emília Lisboa Pacheco, o governador fez uma "declaração açodada (precipitada)".
Maria Emília defende, no entanto, que sejam apuradas responsabilidades sobre o que ocorreu na Fábrica de Esperança. "Tem que se verificar como tudo se passou", disse ela, para quem "é verdade que a Fábrica de Esperança está em área de risco e que há dificuldade de controle da sua área".
O pastor Caio Fábio disse que pediu ao secretário da Segurança, general Nilton Cerqueira, reforço no policiamento da fábrica.
O pastor afirmou que perdeu a confiança na investigação que o governo está fazendo sobre o caso. "O governador já julgou e condenou. Agradeço a Deus por ele ser governador e não juiz", disse.
Caio Fábio montou uma comissão para fazer uma investigação paralela sobre os funcionários da fábrica e qualquer ligação deles com o tráfico em Acari.
"Senti-me afrontado pelo governador quando ele disse que os dirigentes da fábrica foram coniventes com o caso. Depois da investigação tomarei as providências cabíveis sobre essa difamação contra a minha pessoa", disse.
(FPN)

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