São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 1995 |
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Mundial de clubes de 95 tem 'papéis invertidos'
RODRIGO BUENO
O confronto entre as escolas sul-americana e européia é a marca registrada dos Mundiais interclubes, mas, neste ano, os papéis foram rigorosamente invertidos. O Ajax, da Holanda, venceu a Copa dos Campeões da Europa com altas doses de técnica, habilidade e toque de bola, marcas características dos times sul-americanos. O Grêmio, brasileiro, conquistou a Taça Libertadores da América na base da disposição, do jogo aéreo, do vigor físico e de um forte sistema de marcação, propriedades tradicionais do futebol europeu. Uma das maiores virtudes do Ajax, o toque de bola, pode ser constatada pelo tempo em que o time mantém a posse da mesma. Segundo o Datafolha, o time holandês permanece, durante uma partida, por 28 minutos e 59 segundos com a bola nos pés. O Grêmio fica com a bola durante 23 minutos e 29 segundos. O índice de passes certos do Ajax também é superior ao do Grêmio. Em média, o campeão europeu acerta 82% dos passes por jogo, e o sul-americano, 74%. A análise numérica do ataque dos times mostra uma vantagem favorável ao time holandês. O Ajax finaliza, em média, 16 vezes a gol, e o Grêmio, 14. Os jogadores do Ajax dão 47 dribles por partida; os do Grêmio, 24. O time holandês faz 37 lançamentos por jogo; o Grêmio, 13. Outra prova de que o Ajax tem grande presença no ataque é seu número de impedimentos por jogo, sete. O time do Grêmio fica em impedimento apenas uma vez. O técnico gremista, Luiz Felipe, concorda com a análise sobre a "sul-americanização" do Ajax e a "europeização" do Grêmio. "Somos sul-americanos e jogamos num estilo mais europeu, mais forte. O estilo do Ajax é mais de ataque. É um time de aspecto sul-americano", afirmou. O alto número de faltas cometidas pelo time gaúcho comprova seu estilo vigoroso. O Grêmio, segundo o Datafolha, faz 25 faltas por jogo. O Ajax comete apenas oito por partida. Na opinião do zagueiro Rivarola, o estilo "marcador e guerreiro" do Grêmio já é tradicional e, portanto, deve ser mantido. "Não podemos mudar nossas características. O Grêmio é mesmo um time de pegada e marcação forte. Vamos manter esse estilo na decisão do Mundial." NA TV Globo, ao vivo, às 8h de amanhã Texto Anterior: Brasil gasta US$ 1 mi para receber Mundial Próximo Texto: Sul-americanos têm vantagem sobre europeus Índice |
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