São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 1995
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Alto Comando faz homenagem a ex-ministro

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-ministro da Aeronáutica Mauro Gandra foi homenageado ontem à noite, no Rio, em jantar que teve a presença de quase todo o Alto Comando da Aeronáutica. Lélio Viana Lôbo, atual ministro, não compareceu.
O brigadeiro da reserva Ivan Frota disse que o jantar deveria ser considerado o início de um protesto contra a forma como foi interrompida a carreira de Gandra.
Referindo-se à saída de Francisco Graziano da presidência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), considerado um dos responsáveis pela queda de Gandra, Frota disse que "um deles recebeu a justa punição", mas reclamou de que ela tivesse demorado a acontecer. Foi aplaudido por todos os presentes.
Gandra não quis comentar a saída de Graziano do governo.
O brigadeiro Sérgio Ferola, chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, disse que o ministro Lélio Lôbo não estava no Rio porque teve compromissos, mas que era solidário à homenagem a Gandra.
O ex-ministro falou pouco. Repetiu o que, segundo ele, havia dito ao presidente Fernando Henrique Cardoso em almoço no dia em que ele pediu demissão. "O preço que estou pagando é muito alto, mas, se ele tiver como retribuição uma democracia em que o pilar principal, que a liberdade individual, seja preservado, e também que o projeto de vigilância da Amazônia seja mantido, ele não é tão alto assim", disse.
O ex-ministro da Aeronáutica Otávio Júlio Moreira Lima (governo Sarney) disse que Gandra foi alvo de uma "trama lastimável"'.
Os militares viajaram de Brasília especialmente para o evento, que foi promovido pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias e contou com cerca de 250 participantes.
Gandra dirigiu o DAC (Departamento da Aviação Civil) antes de ser nomeado ministro pelo presidente Fernando Henrique.

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