São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 1995
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Justiça belga decide na sexta-feira se vai extraditar brasileiro preso

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CODÓ, E DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Itamaraty recebeu ontem à tarde o comunicado de que a audiência sobre a extradição do empresário brasileiro Murilo Salem, preso na Bélgica há um mês, foi adiada para a próxima sexta-feira.
Salem e sua mulher foram detidos em Bruxelas no final de outubro, sob a acusação de falsidade ideológica. A audiência estava marcada para hoje.
A Justiça belga teria armado um flagrante para prender Salem, no momento em que ele assinava documentos para a obtenção de um empréstimo irregular.
A mulher de Salem também teria sido presa em Bruxelas ao assinar um cheque da sua conta conjunta com o marido.
Murilo Salem é um dos principais empresários da região sudeste do Maranhão. Possui uma rede de supermercados, farmácias e indústria de óleo nas cidades de Codó e Caxias, próximas a Teresina (PI).
A Agência Folha apurou em Codó (a 291 km de São Luís) que Salem passou a ficar algemado na cela depois de tentar o suicídio.
A família do empresário não quis dar declarações à imprensa.
Perguntado sobre o motivo de Salem ficar detido por tanto tempo na Bélgica, o irmão do empresário, Júlio Salem, respondeu que "a Justiça belga é lenta".
Salem é colega e conterrâneo do presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), que afirmou não ter interferido no caso junto ao consulado brasileiro na Bélgica.
"É um homem sério, que foi ludibriado por uma quadrilha de vigaristas", disse Sarney, por intermédio da assessoria de imprensa.
Segundo Sarney, Salem comprou no Brasil uma carta de crédito falsa. Desavisado, foi a um banco belga retirar o dinheiro.
O gerente do banco teria dito para que ele voltasse no dia seguinte, depois de constatar a falsidade. Quando voltou, foi preso.

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