São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 1995
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Governo vai ter que abrir os braços, diz Betinho

DA SUCURSAL DO RIO

Para o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, a mobilização reforçou as propostas do movimento Viva Rio (articulador da caminhada). "O governador Marcello Alencar (PSDB) e o prefeito César Maia (PFL) vão nos chamar para conversar, vão ter que abrir os braços. Temos a maior boa vontade para encontrar as autoridades", afirmou.
Apesar de terem concedido facilidades para a realização do ato, Alencar e Maia não participaram e fizeram críticas à iniciativa. O Viva Rio reivindica investimentos de R$ 1 bilhão em programas sociais e na reestruturação da polícia.
Betinho contestou os que disseram que a passeata seria uma "manifestação de rico". Ele afirmou que os pobres eram maioria na caminhada -setores contrários à manifestação chegaram a classificar o Viva Rio de "Viva Rico".
No encerramento, três meninos -Warlendal da Silva, Cláudio dos Santos e André Fernandes da Silva- tocaram o "sino da paz" e um coral cantou o Hino Nacional.
Apesar da oposição que a CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Rio fez ao ato, muitos representantes de sindicatos compareceram à manifestação. As faixas que relacionavam a violência a problemas sociais e econômicos eram em maior número do que as que citavam assaltos e sequestros.
Uma das faixas levadas por sindicalistas associava o presidente Fernando Henrique Cardoso ao desemprego e à violência.
Presente à manifestação, o presidente nacional da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, criticou o boicote ao ato proposto pela CUT-RJ.
Entre os empresários que participaram da caminhada estava o vice-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Arthur João Donato. Para ele, o ato contribuiria para "criar um ambiente propício para o diálogo".
Alguns manifestantes levaram fotografias de amigos e parentes assassinados ou sequestrados.

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