São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mães pedem criação de delegacia de desaparecidos

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Uma das alas da passeata Reage Rio juntou mulheres que não se conheciam, mas que vivem um drama comum: o de terem filhos mortos, sequestrados ou desaparecidos no Rio.
A principal reivindicação do grupo é a criação de uma delegacia de desaparecidos, para investigar casos de pessoas que desaparecem.
Mães de mortos em chacinas policiais na zona norte do Rio carregaram faixas junto com mães da zona sul, cujos filhos morreram em assaltos, brigas e situações diversas de violência.
"Quero minha filha, esteja ela onde estiver, com uma quadrilha de prostituição infantil ou vendendo drogas", afirmou Ana Rita Apolinário, mãe de Maria Aparecida, 9. A garota sumiu em março de 94. Ana Rita é uma das "Mães da Cinelândia", grupo que cobra investigações para desaparecimentos de 160 crianças nos últimos três anos no Rio.
O Centro Brasileiro de Defesa da Criança e do Adolescente, que coordena o movimento, suspeita de que as meninas sejam usadas por quadrilhas de prostituição infantil ou tráfico.
As "Mães de Acari" reivindicaram esclarecimentos sobre as mortes dos filhos, há nove anos, na favela de Acari (zona norte). Os corpos nunca foram achados. Outro grupo lembrou as mortes de 21 pessoas na favela de Vigário Geral (zona norte), em 93, numa chacina com a participação de policiais.
(FE)

Texto Anterior: Viúva de sequestrado homenageia marido
Próximo Texto: NAS RUAS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.