São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995
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País atravessa pior recessão da sua história

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

Quase um ano depois de ter estourado, a crise mexicana continua afetando praticamente todas as atividades econômicas do país.
A desvalorização não foi totalmente compensada pela inflação, portanto quase todos os serviços e artigos de consumo estão mais baratos do que em outros países.
Os salários também não acompanharam a desvalorização (nem sequer a inflação). O trabalhador mexicano perdeu cerca de 55% de seu poder aquisitivo em dólares.
Os resultados são: muitos restaurantes e hotéis vazios, shopping centers desertos e todo tipo de produto por um preço bem em conta para o turista brasileiro.
A recessão não dá sinais de que vá desaparecer tão em breve. Embora o governo estime crescimento de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) para o ano que vem, analistas independentes consideram remota a possibilidade de obter taxa de crescimento positiva, depois da queda deste ano, que deve ser de aproximadamente 6%.
Vale lembrar que, no México, os fatos políticos têm grande repercussão na economia. Em 94, a guerrilha em Chiapas (sul) e uma série de assassinatos políticos, como o do candidato presidencial Luis Donaldo Colosio, causaram grande instabilidade.
Somando a esses fatores uma série de elementos econômicos, como a subida da taxa de juros nos EUA, o México perdeu, apenas nos últimos dias de dezembro, cerca de US$ 40 bilhões.
As reservas internacionais caíram mais de US$ 10 bilhões, o dólar chegou à marca histórica de 8 pesos, inflação e juros dispararam.
Mas o turista de primeira viagem não deve assustar-se. Trata-se apenas de um mau momento de um grande país.

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