São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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'Inimigos' de Hélio Luz resolveram caso

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Os policiais que soltaram Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira Filho são ligados ao delegado Antônio Nonato da Costa, apontado pelo chefe de Polícia Civil, Hélio Luz, como um dos mais expressivos membros do que ele chama de "banda podre da polícia".
Nonato da Costa foi afastado da polícia em 1994. Ele responde na Justiça a processo por enriquecimento ilícito e é alvo de inquérito na Corregedoria de Polícia Civil. Seu nome estava em uma suposta lista de propinas do jogo do bicho.
"Quem libertou o Duda e o Zeno foi a banda podre da polícia e não os 'mauricinhos' incompetentes que o Hélio Luz botou na DAS", disse à Folha um diretor da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia), que pediu para não ser identificado.
Policiais da DAS (Divisão Anti-Sequestros) estiveram na segunda-feira passada investigando a região de Santa Cruz da Serra em busca do cativeiro de Vieira Filho. As investigações fracassaram.
Os dois chefes da operação que resultou no estouro do cativeiro trabalharam sob ordem direta de Nonato da Costa.
A delegada Márcia Julião -diretora da DPCA (Divisão de Proteção à Criança e ao Adolescente)- era escrivã-chefe da DRE (Divisão de Repressão a Entorpecentes) e da DAS no início da década.
A DRE e a DAS foram dirigidas na época por Nonato da Costa, filho do general Antônio Faustino, secretário de Segurança do antigo Estado da Guanabara no fim da década de 60 e início da de 70.
Chefe da ação em Santa Cruz da Serra, o detetive Fernando César Barbosa, 31, era o homem de absoluta confiança de Nonato da Costa na DAS e na DRE, disse Hélio Luz ontem à Folha.
Policial civil há nove anos, Barbosa foi colocado por Nonato da Costa na função de chefe do setor de investigações das duas mais importantes divisões da Polícia Civil do Rio. Barbosa era encarregado de investigar as quadrilhas criminosas que agem no Estado do Rio.
Mesmo afastado das especializadas, Barbosa permaneceu sendo consultado por outros policiais, tal a quantidade de informações que conseguiu armazenar. Ele construiu um arquivo único na polícia sobre bandos criminosos.
(ST)

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