São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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MAMONAS ENFRENTAM CRIANÇAS NO CAMARIM

PAULA MEDEIROS DE OLIVEIRA

PAULA MEDEIROS DE OLIVEIRA; ROSANGELA DE MOURA
DA REDAÇÃO

ROSANGELA DE MOURA
Conseguir uma entrevista com o grupo Mamonas Assassinas foi uma guerra. Os Mamonas estão tão famosos, que a agenda de shows está lotada e há até convites para apresentações em Portugal.
Depois de muitos e muitos telefonemas para a assessora de imprensa (pessoa que marca entrevistas com jornalistas), para a gravadora e para o empresário do grupo, a Folhinha conseguiu um encontro com a banda.
A entrevista foi marcada para o sábado, dia 25, às 14h. Mas o grupo só chegou às 15h30.
Os rapazes foram muito simpáticos, mas o pessoal que trabalha com eles quase não deixou os repórteres fazerem a entrevista. Conseguir a foto que está na capa também deu um trabalhão.
O grupo faz tanto sucesso entre as crianças, que os entrevistadores -Anna Turra Ajzenberg, 10, Tiago Scrivano, 11, Deborah Lia Corrêa Pinto, 9, e Felipe Altenfelder, 10- quase não se incomodaram com a espera.
Finalmente, antes de subir ao palco em um ginásio de esportes, em São Paulo, o grupo Mamonas Assassinas conversou com a Folhinha. Leia a seguir trechos da entrevista.
*
Anna - Qual é o maior sonho de vocês?
Dinho - Maior sonho? Montar uma banda, fazer sucesso e vender 1 milhão de discos. Mas a gente sabe que isso é muito difícil.
Tiago - Não. Qual é o maior sonho agora?
Sergio - Agora é manter isso.
Dinho - E chegar a 2 milhões de discos vendidos.
Deborah - Algum de vocês já foi convidado para uma suruba?
Dinho - Mas que pergunta é essa? Claro que não.
Rosangela - Você está respondendo por todo mundo?
Dinho - Sim. Eu sou o porta-avião da banda.
Felipe - De onde vocês tiram as idéias para as letras das músicas?
Dinho - A maioria das músicas fala de situações do cotidiano. Mas a gente coloca o nosso jeito de ver a coisa. Às vezes, o que pode ser uma tragédia, como a migração nordestina, por exemplo, a gente dá o nosso enfoque. Assim, a coisa fica mais engraçada.
Júlio - A gente vê as tragédias do dia-a-dia de um jeito engraçado.
Anna - Quando você fez sua primeira música?
Dinho - A primeira música, "Pelados em Santos", é de 1991.
Deborah - Quem ficou pelado em Santos? (risos)
Dinho - Eu mesmo! Essa menina só pergunta pornografia. Vocês viram? Só pensa naquilo... (risos)
Felipe - Que esporte vocês praticam?
Dinho - Todo mundo aqui adora futebol, uns mais, outros menos. Os que gostam menos não sabem jogar. É o caso do Júlio e do Bento.
Tiago - Para que time vocês torcem?
Dinho - Eu torço para o Corinthians, graças a Deus! O Bento é palmeirense. Samuel e Sérgio torcem para o São Paulo e o Júlio, para a Portuguesa.
Anna - Como nasceu o grupo?
Samuel - A idéia inicial do grupo, que nem chamava Mamonas ainda, veio do Sérgio.
Felipe - A idéia foi dele?
Samuel - É, ele tocava há mais tempo. Aí eu comecei a tocar também. Nós somos irmãos. Depois, entrou o Bento. A banda era um trio. Tocamos uns cinco ou seis meses assim. Aí, entrou o Dinho e, depois, o Júlio.
Anna - Como surgiu o nome "Mamonas Assassinas"?
Dinho - A gente queria mesmo Beatles, mas aí a gente descobriu que esse nome já existia e ficou Mamonas Assassinas.
Deborah - Qual de vocês é o "Robocop Gay"?
Dinho, Samuel e Sérgio - É o Júlio. (risos)
Júlio - O que foi?
Dinho, Samuel e Sérgio - Isso você não precisa saber. (risos)

A entrevista continua na página 6.

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