São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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EUA admitem que Bósnia terá tropa maior

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A intervenção dos EUA na Bósnia vai custar US$ 2 bilhões, não US$ 1,2 bilhão, e envolver 32 mil soldados, e não 20 mil, disse ontem ao Congresso o secretário da Defesa, William Perry.
A admissão de que números antes divulgados estavam minimizados irritou alguns parlamentares da oposição ao governo, que voltaram a condenar o envio de tropas do país para a ex-Iugoslávia.
Perry disse que na Bósnia estarão os 20 mil soldados previstos, mas, para prover segurança a eles, outros 12 mil terão de ficar nas vizinhanças.
Quanto ao custo, o secretário disse que os US$ 800 milhões a mais se referem a essas operações de suporte às tropas na Bósnia.
Os outros 12 mil militares dos EUA ficarão na Croácia, na Hungria e na Itália, explicou Perry a uma comissão de congressistas.
Os primeiros 20 soldados chegaram ontem a Tuzla (norte da Bósnia) e inspecionaram o edifício que servirá de quartel-general das forças norte-americanas.
Outros 700 soldados dos EUA, além de 1.900 de outras nacionalidades, vão chegar à Bósnia no fim-de-semana para instalar sistemas de comunicação e de infra-estrutura. O grosso dos 20 mil norte-americanos só será enviado após a assinatura formal do acordo de paz entre Sérvia, Croácia e Bósnia, marcada para 14 de dezembro em Paris.
O acordo foi acertado na semana passada em Dayton, Ohio, Meio-Oeste dos EUA, pelos presidentes dos três países.
Ontem, a Eslovênia se tornou a primeira das repúblicas da antiga Iugoslávia a reconhecer a atual Iugoslávia (Sérvia e Montenegro). O gesto foi considerado pelos EUA mais um sinal de que o processo de paz na região vai bem.

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