São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995
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Treinamentos devem estimular a criatividade dos funcionários

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Treinar um funcionário não significa mais ensiná-lo a cumprir bem uma determinada tarefa. Hoje, os programas de treinamento são vistos como trampolim para o sucesso da própria empresa.
Por isso, devem ter como meta estimular a criatividade dos empregados. Aliados a técnicas de posicionamento estratégico, os investimentos em recursos humanos são tidos nos EUA como chave para a sobrevivência das empresas.
A tese é do consultor de empresas norte-americano Nido Qubein, 47, que estará em São Paulo, na próxima quarta-feira (dia 6), para o seminário "Estratégias de Gerenciamento que Conduzem ao Sucesso de sua Organização".
Qubein dá consultoria para AT&T, General Eletric, Domino's Pizza Corporation, Bank of America e Southern National Bank.
A seguir os principais trechos de sua entrevista à Folha.
(CAS)

Folha - De que forma o treinamento pode condicionar um funcionário a buscar um planejamento estratégico?
Nido Qubein - Acredito que as pessoas não devem ser treinadas, mas educadas. Quem é treinado cumpre uma tarefa, mas dificilmente se adapta a mudanças ou é criativo.
Folha - Como os funcionários devem ser educados?
Qubein - É preciso estimulá-los constantemente a ousar. Os seres humanos erram, em casa, no trabalho, onde for. Ter medo de errar significa ter medo de propor coisas novas, de dar um passo no escuro.
Folha - A maioria das empresas, mesmo nos Estados Unidos, educa os funcionários, em vez de apenas treiná-los?
Qubein - Infelizmente, não. A política de educação não cabe apenas ao departamento de recursos humanos. Em última instância, é uma decisão do corpo gerencial.
Sabemos que existem muitos gerentes que não vêem os subordinados como companheiros na empreitada de levar a empresa ao sucesso e mantê-la lucrativa.
Folha - Qual a sua opinião sobre as políticas de treinamento e recursos humanos aplicadas pelas empresas brasileiras?
Qubein - O Brasil é um país que há pouco tempo começou a perceber a importância fundamental da competição no mundo dos negócios.
O livre mercado trouxe a concorrência de produtos estrangeiros, o que considero algo benéfico para o país.
Vejo um grande interesse de executivos e gerentes em fazer o melhor e aprender. As informações que tenho apontam que há esforços no sentido de modernização.
Isso significa, em primeiro lugar, investir em recursos humanos, que são a base de qualquer empresa ou empreendimento.

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