| São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995 |
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Paris relaxa por Patricia Carta PATRICIA CARTA
Bem mais à vontade, a mulher desfila formas secas e limpas. Redescobre o chemisier: longo, curto, justo ou solto. Não abre mão de ternos e tailleurs afunilados -ombros estreitos, cinturas baixas, calças com a boca ligeiramente aberta. As saias podem ser retas ou lápis, bem perto do corpo O comprimento oficial é pelos joelhos, mas surge o longo até os tornozelos. Ainda, cores desvairadas em avalanche desbancam o preto e aparecem até por trás de rendas reveladoras. Tops, sutiãs e frentes-únicas se exibem na maior segurança. Texturas (perduram os sintéticos) descoordenadas indicam a estética do mau gosto. Cabeleiras desgrenhadas e raízes aparentes radicalizam o visual trashy. Desmazelo também se traduz como luxo fashion. À esq., tapa-mamilo traz no centro o logo inconfundível da Chanel. Nem a influência rap do bermudão, que deixa para fora parte da tanga, elimina a famosa correntinha, dessa vez na barriga À esq., o verão esquenta com as labaredas de Veronique Leroy: bolero e sutiã de malha pegam fogo na passarela do mau gosto À esq., sutiã e microssaia em musselina dão um tempo nas bandagens de Hervé Leger. Acima, por baixo da tela sintética, bustiê se evidencia no look preto e marrom de Helmut Lang Acima, a calça drapeia na cintura, pende de um lado e uma nesga de pele quebra a rigidez do preto imposto por Ann Demeulemeester. Abaixo, Corine Cobson aumenta a gola da camisa minúscula que ilumina o terno risca-de-giz. Como nos anos 70, a lapela é maior e o cós da calça é baixo À esq., misto de sintéticos dá forma para o trash-chic de Jean Colonna. Ao lado, Jean Paul Gaultier arrasa no terno. Abaixo, em tweed, o terno de proporções reduzidas, curto e com ombros pequenos, aparece com gravata e luvas bicolores À esq., Vivienne Westwood homenageia o Império Britânico assim: com penachos na cabeça que lembram os da troca da guarda e com o total look em príncipe-de-gales À esq., grandes lapelas no terno seco de Martine Sitbon e cabelo e make acentuam ar dos anos 70. Ao lado, é dela o terno de cetim dourado. Atente para o único botão na altura dos seios. Acima, fluído e totalmente relax: é disso que Dries Van Noten gosta Acima, solto e com mangas longas, o chemise pelos joelhos de Yohji Yamamoto fica totalmente à vontade. Dele também este abaixo, longo, com mangas 3/4, cintura ajustada e um suave culote Abaixo, modelado e com detalhes de cetim, a moça com chemise de Vivienne Westwood banca viúva Acima, pintado à mão, o chemise de Issey Miake dá banho de suavidade Acima, Dries Van Noten joga a maxicamisa sobre calça e constrói com mocassim look em branco e marinho. Abaixo, do mesmo estilista, a simplicidade do vestido-camisa em tricoline Abaixo, faixas de renda fazem o vestido modelador de Hervé Leger Acima, de um ombro só, a camiseta em renda é par perfeito da saia lápis de Jean Colonna Acima, tela sobreposta ganha leitura de renda sobre a gostosona de mau gosto de Veronique Leroy. Abaixo, couro perfurado se faz de renda no caubói-cyber de Jean Paul Gaultier. Acima à dir., linhas simples definem o visual de Helmut Lang: vestido-camiseta se sobrepõe à base colorida. Abaixo à dir., a meia azulada quebra o look ocre e sem gosto de Martine Sitbon À dir., cabelo vermelho, presente em quase todas as coleções, faz moldura para o tailleur Dior Acima, dois botões fecham as extremidades do tailleur seco e fluído de Yohji Yamamoto. É do mesmo estilista o tailleur abaixo em versão longa. À dir., Ann Demeulemeester, exibe o paletó estreito nos ombros na mesma altura da saia drapeada: a consagrada pelos joelhos À dir, colorido e plástico, Jean Colonna exibe seu visual decadente Texto Anterior: enfeitar é preciso Próximo Texto: de caspas e verdades Índice |
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