São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Tecnologia faz da Nova Zelândia modelo rural

CRISTINA MAIELLO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ao chegar à Nova Zelândia, ainda do avião é possível compreender por que o país ficou conhecido como "a maior fazenda do mundo". A paisagem é de um tapete esquadrinhado em tons de verde e terracota pelos cercados de milhares de fazendas.
Este cenário rural foi tecido com esforço, já que muitas das terras são montanhosas e apenas uma parcela boa para o cultivo.
A combinação entre clima temperado, chuvas abundantes e tecnologia selou o destino do país como celeiro agrícola.
Situado na Oceania e do tamanho do Japão, o país é um dos principais exportadores de laticínios e lãs do mundo e disparado o principal fornecedor de carne de ovinos.
A fartura do rebanho é tão grande que o país tem mais ovinos do que gente. Em suas campinas habitam cerca de 50 milhões de ovinos, enquanto a população soma 3,5 milhões de pessoas.
Esse rebanho está distribuído em 28 mil fazendas, num total de 14 milhões de ha. Segundo maior exportador de lã, o país abastece 12% do consumo mundial.
A principal produção é de lã grossa e resistente, proveniente da raça romney.
O país transformou-se em campeão mundial no mercado da "strong wool", lã usada na confecção de carpetes e de malhas.
Os produtos são exportados com a logomarca "Wools of New Zealand", uma grife desenvolvida para atestar sua qualidade.
O status de "fazenda-modelo" foi conquistado com pioneirismo em vários setores, como a aviação agrícola e a ordenha mecânica.
Com alto grau de mecanização, apenas 105 mil pessoas operam as 82 mil fazendas do país.
As terras cultivadas ocupam 17,3 milhões de ha e 65% das fazendas têm menos de 100 ha.
Uma média de duas pessoas trabalha em cada fazenda, incluindo a mão-de-obra temporária e familiares sem remuneração. Na maioria das vezes, o alto grau de mecanização permite que uma pessoa se encarregue de tudo.
O país transformou-se também num dos maiores exportadores de animais vivos do mundo, transportados em navios e aviões fretados.
A criação bovina inclui várias raças, como angus, murray grey, hereford, simental e charolês.
A indústria de laticínios desenvolveu um gado leiteiro campeão em produtividade, tendo a holstein-friesians (holandês) e a jersei como as principais raças.
O rebanho leiteiro soma 3,4 milhões de cabeças, distribuídas em 14 mil fazendas. Em 94, o país processou 413 mil t de leite, sendo 75% dessa produção destinada ao mercado externo.
O domínio técnico e do manejo estende-se à horticultura e a plantações diversas. Os pomares são carregados de grande variedade de frutas, principalmente kiwis, maçãs, peras e abacates.
Duas das melhores maçãs do mundo, a Royal Gala e a Braeburn, foram desenvolvidas por empresas neozelandesas, que ainda produzem as variedades Granny Smith, Red Delicious, Cox's Orange, Fuji e Gold Delicious.

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