São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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'Econômico' deve continuar como marca

GUSTAVO PATÚ
CARI RODRIGUES

GUSTAVO PATÚ; CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A marca "Banco Econômico" continuará existindo mesmo depois que a instituição for negociada dentro do programa de fusões e incorporações do governo, de acordo com as estratégias do principal interessado na operação, o Banco Excel.
Segundo a Folha apurou, o nome Excel será usado para designar o novo banco de investimento.
A aparente contradição tem uma justificativa simples: o Econômico, que até sofrer intervenção federal em agosto era um dos dez maiores bancos privados do país, tem sólida tradição na região Nordeste e é mais conhecido no resto do país que o Excel.
Pelas conversas já encaminhadas com o BC, a preservação da marca "Econômico" é uma das condições básicas impostas pelo Excel para participar do negócio.
A junção dos dois bancos está próxima, segundo a área técnica do BC.
Ontem foi concluído um exame detalhado dos negócios e operações do Econômico feito por uma equipe do Excel. Amanhã começam as reuniões com o BC para falar de dinheiro.
Negociações
A incorporação do Banorte pelo Bandeirantes fez com que o Grupo Excel acelerasse as negociações com o Banco Central para comprar o Econômico. Os executivos do Excel temem que aumente o número de instituições bancárias interessadas em se agregar.
Com isso, o BC teria maior número de propostas para analisar e também outras prioridades para utilizar as linhas de crédito subsidiadas do Proer.
A auditoria contratada pelo Grupo Excel já avaliou 80% da situação financeira do Econômico e considerou que os números são favoráveis para fechar a compra.
O novo Econômico deverá surgir com um capital aproximado de R$ 700 milhões (R$ 500 milhões do aporte que será feito pelo grupo interessado e mais cerca de R$ 200 milhões que virão com a extinção do Excel).
O Econômico tem uma dívida de R$ 3,5 bilhões com o BC e R$ 1,6 bilhão de patrimônio líquido negativo -a venda de todos os bens não cobrem o total de dívidas. O banco baiano possui R$ 1,9 bilhão em garantias junto ao BC.

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