São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Medalha de bronze da seleção consagra Nalbert como novo astro

SÉRGIO KRASELIS
ENVIADO ESPECIAL AO JAPÃO

O atacante Nalbert Bitencourt, 21, viveu na Copa do Mundo, que terminou no domingo no Japão, a experiência de ser o mais novo astro da seleção brasileira.
Com uma eficiência no passe que garante a estabilidade da equipe, Nalbert se firmou como titular no lugar de Giovane.
Convocado pela primeira vez para a seleção brasileira em 93, o jogador carioca, que já atuou no vôlei de praia, diz que não se sente dono da posição.
"O mais importante é não se deixar acomodar. Jogar direto no time não significa que a posição de titular é sua", afirma.

Folha - Como você está assimilando o fato de substituir Giovane na seleção brasileira?
Nalbert - Tenho de aproveitar esta chance que o Zé Roberto está me dando. Infelizmente, entrei no lugar do Giovane, que se machucou contra Cuba.
Folha - Ganhar a confiança do treinador é o primeiro passo para se firmar como titular?
Nalbert - Acho que o fato de estar jogando direto não garante a presença de ninguém na seleção. O mais importante é que estou consciente de que não posso me acomodar nunca.
Folha - Você, responsável pelo passe da equipe, atravessa um de seus melhores momentos como jogador. Qual foi o pior?
Nalbert - Com certeza quando quebrei o pé esquerdo, no dia 10 de março, num jogo do Banespa. Não vou esquecer, porque fiz aniversário na véspera.
O Zé soltou uns dias antes a lista dos convocados para a Liga Mundial e eu estava nela. Fui cortado por causa da contusão.
Folha - Como um atleta enfrenta uma situação dessas?
Nalbert - Não posso falar pelos outros. Mas coloquei na cabeça que iria me recuperar e voltar melhor ainda. Foi o que fiz. Tirei uma força lá do fundo do coração, decidi "ralar" fisicamente e não me deixei abalar.
Folha - Qual a receita para ser titular da seleção brasileira?
Nalbert - Não existe receita. É preciso aprender e buscar sempre o melhor. Aprendi muito observando o Giovane e o Carlão. Por ironia, acabei substituindo o Giovane, um dos jogadores com quem mais aprendi. Mas dentro da minha cabeça não posso pensar que estou firmado como titular.
Folha - Por quê?
Nalbert - Porque todos os outros jogadores estão procurando se aprimorar. O importante é que, quanto mais gente estiver em forma, melhor para a equipe.
Folha - A seleção brasileira cumpriu sua missão no Japão?
Nalbert - Bem, garantimos a vaga para a Olimpíada. Mas erramos, perdemos para a Holanda e para a Itália. Agora é pensar em objetivos mais altos. Temos que colocar na cabeça que toda partida deve ser vista como uma decisão.

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