São Paulo, quarta-feira, 6 de dezembro de 1995
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Policial não será mais obrigado a tirar férias

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Mário Covas, vai excluir a Polícia Civil e Militar do decreto que obriga servidores públicos a tirar férias até o fim deste ano, conforme havia determinado.
A mudança foi pedida pelo secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, em reunião anteontem com Covas. Havia o risco, segundo o secretário, de que alguns distritos policiais não pudessem funcionar.
O governador vai publicar um novo decreto com a alteração. "Isso vai permitir o funcionamento normal dos distritos e do policiamento de rua", disse o secretário.
Antes da mudança, o decreto, que foi publicado em janeiro, previa que todos os servidores públicos do Estado deveriam tirar férias até o fim de 1995. Alguns servidores têm férias vencidas nos anos de 93 e 94.
O secretário afirmou que, caso as férias tivessem que ser tiradas obrigatoriamente, a "Operação Verão" correria risco de ser reduzida. A partir do fim de dezembro, 1.500 policiais militares da capital e do interior serão deslocados para o litoral, onde deverão permanecer até março.
O secretário disse que está sendo elaborado um novo plano de férias para o próximo ano a fim de que "todos os servidores públicos atendam à regra definida pelo governador".
O delegado-geral da Polícia Civil, Antônio Carlos de Castro Machado, estava prevendo que de 20% a 30% dos membros da Polícia Civil deveriam tirar férias neste mês, o que provocaria um esvaziamento dos distritos.
A solução para o problema seria fechar à noite delegacias com pouco movimento. Machado negou que o 37º DP, em Campo Limpo (zona sul de SP), esteja totalmente parado, segundo havia sido noticiado.
Parte do movimento dos distritos seria transferida para o novo juizado criminal de pequenas causas. O juizado, aberto anteontem, atende crimes e contravenções cuja pena não ultrapassa um ano de prisão -lesão corporal, jogo de bicho etc.
O coronel Élio Proni, 51, comandante do policiamento da Grande São Paulo, disse que cerca de 12% dos PMs da região deveriam entrar de férias.
Com isso, cerca de 5.000 policiais militares perderiam o direito de gozar as férias de 1995.

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