São Paulo, quarta-feira, 6 de dezembro de 1995 |
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Biografia mostra a saga dos Lumière
JOSÉ GERALDO COUTO
Não poderia haver momento mais oportuno. No próximo dia 28 comemora-se o centenário da primeira apresentação pública da principal invenção de Auguste (1862-1954) e Louis (1864-1948) Lumière: o cinematógrafo. Principal, mas não a única. Um dos méritos do livro de Rittaud-Hutinet é mostrar que a família Lumière teve papel decisivo no progresso técnico da fotografia, da radiografia e até da farmacologia. Mas é a fotografia -estática ou em movimento- que está no centro de tudo. Fazendo jus a seu sobrenome (que em francês significa "luz"), os irmãos Auguste e Louis, quando não inventaram, aperfeiçoaram e fabricaram todo tipo de material fotográfico, dos aparelhos ao papel, da película aos líquidos químicos. Quanto ao cinema, hoje a primazia dos Lumière é seriamente questionada: antes do seu cinematógrafo, já haviam sido inventadas várias outras formas de reproduzir imagens em movimento: o quinetoscópio de Thomas Edison (1891), o fonoscópio de Georges Demeny (1892), o bioscópio de Max e Emil Skladanowsky (1895). Rittaud-Hutinet mostra que, naquele contexto efervescente de experimentações, os Lumière tiveram um duplo papel: aperfeiçoar sistematicamente as invenções alheias e viabilizar a exploração comercial do novo prodígio. Conseguiram fazer isso graças a uma série de vantagens: eram ricos, trabalhavam em equipe (com a ajuda dos pais e das irmãs) e contavam com o apoio entusiástico do velho Antoine Lumière (1840-1911), seu pai. Antoine é uma figura central do livro. Órfão aos 14 anos, ele fez de tudo na vida. Foi marceneiro, pintor de tabuletas, fotógrafo, cantor, empresário e promotor de eventos. Com verdadeiro espírito de "entertainer", Antoine Lumière apresentou a primeira sessão pública do cinematógrafo em Paris, da qual aliás estiveram ausentes os irmãos Louis e Auguste. LEIA MAIS sobre " Os Irmãos Lumière" à pág. 5-3 Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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