São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995 |
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No futebol, reciclar é também re-bolar
MATINAS SUZUKI JR.
Bom dia, bola do dia! Boa noite, bola da noite! É hoje o dia da alegria. Hoje nós estamos hiperbólicos. Leia-se: cheios da bola, ou melhor, de bola cheia. E sabe o que eu estou achando dos quatro finalistas? O maior barato. A bola é um círculo. E um ciclo também pode ser um círculo. Então, a bola pode ser um ciclo. Viva a reciclagem do fut. E se o ciclo pode ser uma bola, reciclar também pode ser rebolar. Rebolar para não perder a bola. Rebolar para ser o número 1. Yeeesss! Porque ninguém quer ser vice. Clássico é clássico e vice-versa, como diz Jardel, o pensador. E se o vice versa, o campeão faz o quê? Prosa? Estava mais do que na hora de se dar um tempo na hegemonia do trio de ferro (atualmente mais para trio da lata, que a Fernandinha Abreu me desculpe) paulista (São Paulo, Palmeiras e Corinthians). Era mais do que necessário segurar um pouco a onda do Flamengo. E o sul já teve a sua quota de exportações preenchida brilhantemente pelo Grêmio. Que venha a renovação. Que venham os que ainda não foram campeões. Os times não são melhores? Eu respondo como no bolero, que também é boleiro: e daí, e daí? É importante para o fut futuro a diversificação dos títulos. Porque com a alternância dos títulos chegam as novas magnéticas para os novos campeões. E com as novas magnéticas, mais dinheiro. E, com clubes mais fortes, campeonatos mais competitivos. Além disso, que maravilha a turma da levada do charme e do funk santista sacudindo a cidade! Os santistas saindo do armário, as alvas camisas cheirando a naftalina e o Santos virando o segundo time de todo paulista. Papai adorou, papai adorou, não é mesmo Sílvio Luiz? Meu bem, meu bem, como diz o rei Roberto Carlos, se o futebol e a vida tivessem coração e coerência, dava um delicioso revival dos 60 na final, ou seja, Beatles X Stones, ôôôps, Trotsky X Stalin, ôôôps, Caetano X Chico, ôôôps, Marx X Freud, ôôôps, Pelé X Garrincha, ôôôps, Santos X Botafogo, ufa! Prepare o seu coração, como diria o Vandré, para a maravilha que está pintando na grande área: o velho e bom Tim Maia cantando sabe que música? O hino do América, aquele mesmo composto pelo Lamartine Babo. O Trajaninho haverá de trajar com a maravilhosa interpretação do hino do seu Ameriquinha, salve, salve. Um dos maiores prazeres que um caliente amante latino-americano do fut pode ter é o de assistir a um jogo com o resultado de 6 X 4. Ainda mais quando o jogo é entre o Racing e o Boca Juniors, e, ainda por cima, valendo a cabeceira do Campeonato Argentino. É por essas e por outras que não existe mesmo pecado do lado debaixo do Equador. Chega de baixaria. Bingo!!! Texto Anterior: Santos tenta conquistar Maracanã Próximo Texto: Doidão por snowboard Índice |
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