São Paulo, sexta-feira, 8 de dezembro de 1995
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Motta lança Serra para Prefeitura de SP

MARTA SALOMON; SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, lançou ontem o nome do seu colega do Planejamento, José Serra, para disputar a Prefeitura de São Paulo em 1996.
"Ele tem condições de se eleger", disse, descartando sua própria candidatura. Motta era apontado como um dos prováveis prefeituráveis do PSDB em São Paulo. O lançamento foi feito durante discurso na solenidade de filiação de oito deputados ao PSDB.
Mais tarde, ao saber da manifestação de Motta, Serra disse: "Não sou e nem serei candidato.
O ministro do Planejamento atribuiu a iniciativa de seu colega das Comunicações a "uma demonstração de apreço que o ministro Sérgio Motta tem por ele.
Na cerimônia de filiação dos novos tucanos, Motta também anunciou que os ministros dos PSDB vão se engajar nas próximas eleições municipais.
Disse que os "companheiros do governo" deverão se empenhar para eleger o maior número de prefeitos e vereadores tucanos, oferecendo "apoio político" aos candidatos do partido. A operação não envolverá diretamente o presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Não somos mais um partido de tertúlias acadêmicas", discursou Motta ao traçar a estratégia para o PSDB dar um salto de crescimento nas eleições municipais. "Sairemos dessa eleição como o maior partido deste país."
O ministro lembrou que o partido já administra Estados que detém 90% do PIB (Produto Interno Bruto), mas precisa comandar a maioria "geográfica" do território nacional. "Esse é um projeto que vai se alongar por muitos anos: queremos ser o partido do poder."
A estratégia política apresentada ontem por Motta pode vir a dispensar a aliança com o PFL, que elegeu FHC. "Queremos cada vez mais firmar o poder social-democrático, não liberal, com um Estado regulador e voltado para as políticas sociais."
A cúpula tucana também aposta no crescimento da bancada do partido no Congresso. Com a filiação de mais oito deputados, o PSDB passa para o terceiro lugar no ranking das bancadas da Câmara.
"O partido do presidente (FHC) atualmente não tem poder dentro do Congresso, fica à margem das discussões, mas isso vai mudar", afirmou o presidente do PSDB, senador Arthur da Távola (RJ). Os dois maiores partidos do Congresso -PMDB e PFL- detém o comando do processo legislativo.
O ministro Sérgio Motta acredita que os planos eleitorais serão ajudados pela nova fase que o governo deverá entrar em 1996, depois da aprovação das reformas constitucionais, batizada por ele como "fase das realizações". A nova fase prevê que o governo volte a tratar da proposta de reeleição de FHC, a partir de abril.

Aderiram ontem ao PSDB Simão Sessim (ex-PPB-RJ), José Carlos Lacerda (ex-PPB-RJ), Luciano Castro (ex-PPB-RR), José Teles (ex-PPB-SE), Cândido Mattos (ex-PMDB-RJ), Nelson Burnier (ex-PL-RJ), Salomão Cruz (ex-PFL-RR) e José Chaves (ex-sem partido-PE).

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