São Paulo, sexta-feira, 8 de dezembro de 1995
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Corregedor investiga ação de comandante

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor Luiz Roque Lombardo Barbosa, corregedor da Polícia Judiciária Militar, afirmou ontem que está investigando a participação do tenente-coronel José Carlos Bononi, comandante do 3º Batalhão de Choque da PM, na ação do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) no desfecho de uma tentativa de assalto no Morumbi (zona oeste), que acabou com a morte de dois reféns e dois ladrões, no dia 8 de novembro.
Bononi esteve no local e participou de reuniões de avaliação da situação. Bononi seria ouvido ontem por Barbosa, mas seu depoimento foi adiado. Ele não foi encontrado ontem pela Folha.
Segundo Barbosa, Bononi era a autoridade máxima no local, mas foi embora antes da ação. "Queremos checar qual a responsabilidade dele no caso e sua real participação em termos de comando."
Caso tenha sido Bononi o responsável pela ordem de invasão do local do cativeiro e se ficar comprovado que o Gate cometeu abusos, ele poderá ser incriminado também, junto com os cinco PMs que foram afastados e são alvo de inquéritos. "É uma hipótese, mas temos que avaliar uma série de coisas", disse Barbosa.
O capitão Wagner Cesar Tavares Pinto, que comandou a operação, afirmou que foi sua a ordem de invasão. "Mas sabemos que o Bononi participou de reuniões de avaliação", afirmou o promotor.
Ontem, Barbosa ouviu o soldado que arrombou a porta de acesso ao barracão onde dois ladrões mantinham 18 operários como reféns. "Ele confirmou a versão dos outros PMs ouvidos."
Segundo os PMs, a invasão do cativeiro só ocorreu porque um dos ladrões deu um tiro que teria matado um refém. Essa versão nunca foi confirmada pelos reféns sobreviventes. Além disso, laudos periciais indicaram que os dois reféns foram mortos por PMs.

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