São Paulo, sexta-feira, 8 de dezembro de 1995 |
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Godelieve faz conferência em SP
ANA FRANCISCA PONZIO
Quando: Hoje às 20 h, amanhã às 15 h e domingo às 10 h Onde: Teatro Sesc Pompéia (Rua Clélia, 93; tel. 864-8544) Informações para inscrição: Tel. (011) 864-8544, ramal 172 O professor, bailarino e coreógrafo Ivaldo Bertazzo costuma fazer de todo cidadão um dançarino. Com seu elenco heterogêneo, onde se misturam pessoas de diferentes formações, Ivaldo volta ao palco hoje para apresentar, no Sesc Pompéia, uma coreografia que serve de ilustração à conferência da mestra que inspira suas pesquisas desde 1980: a fisioterapeuta belga Godelieve Denys-Struyf. "Hoje, perante a rapidez com que a vida se transforma, todos precisam, mais do que nunca, ter um corpo bem estruturado. Daí em diante, a expressão criadora é uma consequência", diz Ivaldo, que nunca se preocupou em formar apenas bailarinos profissionais. Para estender a arte da expressão corporal ao cotidiano de qualquer pessoa, Ivaldo vem recorrendo a fontes como a dança oriental. Com Godelieve, que está visitando o Brasil pela primeira vez, ele tem absorvido o método das cadeias musculares e articulares, por ela criado e que será tema das conferências em São Paulo. Nascida no antigo Congo Belga (atual Brazzaville), Godelieve viveu a infância e a adolescência em uma fazenda de cacau. "A partir dos oito anos, para passar o tempo, eu desenhava intensamente. Fazia retratos de africanos e isto me exercitou o olhar." Filha de belgas, Godelieve retornou ao país natal de sua família em 1946, aos 16 anos. Embora tenha cursado belas artes, voltou-se para estudos de anatomia, psicologia e fisiologia. Não esqueceu, no entanto, do que aprendeu ao desenhar figuras humanas. "Cada indivíduo é um ser único, influenciado não só por características raciais e culturais, mas também pela maneira como utiliza, percebe e conduz o próprio corpo". Ao longo de suas pesquisas, Godelieve observou que as técnicas terapêuticas podiam resolver ou agravar os problemas físicos -daí a necessidade de abordagens adaptadas a cada corpo. Estimulando a conciliação com as próprias peculiaridades, seu método permite enriquecer o movimento por meio de inúmeros aspectos -como ritmo, alternância, sentido, equilíbrio, harmonia. "Quando a conheci, descobri que falávamos a mesma linguagem", lembra Ivaldo, que passou a adotar seus ensinamentos. Para mostrar, na prática, as idéias de Godelieve, Ivaldo criou uma coreografia que será interpretada por 77 pessoas que frequentam sua escola. Embora cidadãos comuns, realizarão um verdadeiro espetáculo, com música ao vivo. O evento inclui o lançamento do livro "Cadeias Musculares e Articulares - O Método G.D.S.", de Godelieve, publicado no Brasil pela Summus Editorial. Texto Anterior: Nem tudo que Ele faz é compreensível Próximo Texto: Auguste Rodin fez fisiologia das paixões Índice |
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