São Paulo, sábado, 9 de dezembro de 1995
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Covas espera Justiça para cumprir acordo

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo Mário Covas (PSDB) depende de decisões judiciais para iniciar o assentamento de 1.050 famílias de sem-terra no Pontal do Paranapanema e cumprir acordo fechado em setembro com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Pelo acordo, essas famílias seriam assentadas até 31 de dezembro. Outras 1.050 famílias seriam assentadas até junho de 96.
Para iniciar os assentamentos, o governo pediu à Justiça na semana passada liminar que permita a desapropriação de 26 mil hectares, correspondente a 30% da área de 11 fazendas no Pontal do Paranapanema (extremo oeste de SP).
As terras são devolutas. Depois da liberação para reforma agrária, o governo do Estado terá de restituir os fazendeiros pelas benfeitorias feitas nos últimos anos.
Para tentar acelerar os assentamentos, o secretário Belisário dos Santos Jr. (Justiça) manteve encontro ontem com fazendeiros. Não obteve acordo e aposta agora que a Justiça conceda rapidamente a liminar.
Na sua expectativa, a decisão judicial deve ser anunciada no início da próxima semana. Belisário diz que todas as benfeitorias serão pagas.
O próprio secretário admite que o governo Covas "trabalha no limite" do prazo estabelecido. Belisário, porém, afirma que o acordo com o MST será cumprido.
Lideranças do MST afirmam que vão aguardar até 31 de dezembro. Caso os assentamentos não sejam iniciados, o movimento deve voltar a ocupar terras na região.
A partir de de janeiro o movimento quer mobilizar 5.000 famílias no Pontal para retomar as ocupações.

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